mercredi 1 juillet 2015

Crise em Angola já fez regressar três mil portugueses


Fonte:  DN29/06/2015

Empresas da construção civil que funcionam em Angola estão a ser obrigadas a redimensionar-se para se ajustarem à crise no país.


A crise angolana está a fazer algumas empresas portuguesas do setor da construção civil trazer os trabalhadores de volta para Portugal, avança esta terça-feira o Jornal de Notícias. A crise, que começou em janeiro, tem como causa a queda nas receitas do petróleo, e fez com que o governo angolano travaesse algumas obras. Três mil trabalhadores já regressaram, e o Sindicato da Construção em Portugal diz que "muitos mais se seguirão".

O dirigente do Sindicato da Construção em Portugal, Albano Ribeiro, está preocupado com o impacto que este regresso poderá ter no desemprego em Portugal. "O número de pessoas a regressar vai triplicar, e só algumas empresas, das que têm obras noutros países como Alemanha e França, é que estão a reorientar o seu pessoal", disse ao Jornal de Notícias.

Algumas empresas que tinham salários em atraso em abril, situação denunciada pelo sindicato, estão a rectificar essas situações mas a retirar os seus trabalhadores de Angola devido ao atraso ou cancelamento de obras, como é o caso da empresa ACA, que fez regressar 150 trabalhadores.
Ao JN, o presidente da Mota-Engil, António Mota, disse apenas que, não podendo dar dados exatos sem alguns dias para os preparar, uma coisa era certa: "Sábemos é que não vamos crescer em Angola".

Uma questão que se coloca às empresas portuguesas que têm atividade em Angola é a duração desta crise. "As empresas portuguesas continuam a ver Angola como um projeto a longo prazo e, perante esta crise, muitas redimensionaram-se para aguentar, mas por quanto tempo?" pergunta Reis Campos, da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário.


Reis Campos afirma que a disponibilização, em julho, de uma linha de crédito para as empresas que funcionam em Angola vai renovar a confiança dos fornecedores. A linha de crédito chega aos 500 milhões de euros.

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