mardi 20 octobre 2015

Luaty Beirão responsabiliza presidente de Angola por consequências da greve da fome

Luaty Beirão responsabiliza o presidente de Angola, José Eduardo do Santos, pelas consequências da greve de fome que começou há 29 dias. O rapper, formado em engenharia, considera que os seus direitos constitucionais estão a ser desrespeitados.


Beirão foi transferido durante a semana para uma clínica particular, depois de ter perdido os sentidos durante alguns minutos. A carta divulgada este domingo tem a data de 14 de outubro e a assinatura foi reconhecida pelos serviços prisionais.

 O ativista de 33 anos foi detido no dia 20 de junho com mais 14 jovens. Em setembro foram acusados pelo ministério público de prepararem uma rebelião e um atentado contra o chefe de Estado. O caso começa a gerar algumas reações internacionais.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros está a encetar contactos para conseguir um encontro a sós com o cidadão luso-angolano. Durante a semana o rapper recebeu a visita de alguns diplomatas da União Europeia e, em Lisboa, realizou-se um pequeno protesto.

Além de Luaty Beirão, há outro ativista em greve de fome. De acordo com o site Maka Angola, Albano Bingobingo pode estar em risco de vida. Menos mediático, o caso de Bingobingo pode ser mais grave, denuncia o jornalista angolano Rafael Marques de Morais.

Bingobingo iniciou a greve de fome há 11 dias mas no sábado (17 de outubro) encontrava-se numa sala de detenção com cerca de uma centena de outros reclusos, apenas uma latrina comum e sem atenção médica. A mulher de Luaty Beirão, Mónica Almeida, declarou ontem à euronews que os 14 ativistas foram entretanto transferidos para cadeia-hospital de São Paulo, em Luanda.

 O Governo de Angola continua em silêncio sobre estes 15 ativistas, mas de uma forma geral reagiu a uma resolução europeia que solicitou a Luanda pela “libertação imediata e incondicional de todos os ativistas pelos direitos humanos, incluindo Marcos Mavungo e os 15+1 ativistas detidos em junho de 2015.”

[ A Resolução do Parlamento Europeu de 10 de setembro ]

Num comunicado de 25 de setembro, disponibilizado pela assessoria de imprensa da Embaixada angolana no Benelux, o executivo liderado por José Eduardo dos Santos limitou-se a a reagir a resolução n°2015/2839 (RSP) do Parlamento Europeu, aprovada, recentemente, sobre a situação dos Direitos Humanos em Angola. “o Executivo angolano rejeita categoricamente o conteúdo da resolução do Parlamento Europeu sobre eventuais casos de violação de direitos humanos e lamenta que uma instituição credível se tenha deixado enredar por informações caluniosas”, lê-se na nota.

O Governo angolano acrescenta ainda que a resolução foi tomada tendo “por base um relatório parcial e subjectivo, elaborado por uma eurodeputada (a portuguesa ana Gomes) que realizou uma deslocação privada à República de Angola, no passado mês de Julho.”

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