mercredi 29 juin 2016

Angola no top dos piores

28 de Junho de 2016

A Guiné Equatorial e, pois claro, Angola são dois dos três países do mundo onde menos de metade da população tem acesso a fontes melhoradas de água potável, diz a Unicef, acrescentando que Angola tem de aumentar mais de cinco vezes o ritmo de redução da mortalidade infantil para alcançar o objectivo de reduzir para 25 o número de mortes de menores de cinco anos em cada mil.
Estes dados revelam, mais uma vez, que todo o mundo, mas sobretudo os angolanos, devem dar os parabéns a sua majestade o rei de Angola, José Eduardo dos Santos, pelos excelente trabalho que o seu regime – há 40 anos no poder – tem feito em prol da nossa miséria.


Angola tem a maior taxa de mortalidade infantil do mundo: 157 em cada mil crianças morrem antes dos cinco anos no país.

Intitulado “Uma oportunidade justa para todas as crianças”, o relatório anual do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), hoje divulgado, alerta para a urgência de investir nas crianças mais pobres do mundo, sob pena de deixar para trás milhões de crianças.

No capítulo dedicado à Saúde, o relatório apresenta as estatísticas de todos os países no que diz respeito ao acesso a fontes melhoradas de água potável e a instalações sanitárias melhoradas, bem como às taxas de vacinação ou ao acesso a redes mosquiteiras impregnadas com insecticida.
Segundo os dados disponíveis, apenas três países no mundo têm menos de metade da sua população abrangida pelo acesso a fontes melhoradas de água: Papua Nova Guiné (40%) Guiné Equatorial (48%) e Angola (49%).

A situação é pior nas zonas rurais, onde apenas 28% dos angolanos e 31% dos equato-guineenses têm acesso a sistemas como água canalizada, torneiras públicas ou fontanários, poços tubulares ou furos, poços ou nascentes protegidas.

Entre os restantes Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o Brasil regista 98% da população abrangida (87% nas zonas rurais); Cabo Verde 92% (87% nas zonas rurais); Guiné-Bissau 79% (60% nas zonas rurais); Moçambique 51% (37% nas zonas rurais); Portugal 100% em todas as zonas; São Tomé e Príncipe 97% (94% nas zonas rurais) e Timor-Leste 72% (61% nas zonas rurais).

Mortalidade infantil

Angola tem de aumentar mais de cinco vezes o ritmo de redução da mortalidade infantil para alcançar o objectivo de reduzir para 25 o número de mortes de menores de cinco anos em cada mil, revela a Unicef.

O relatório da Unicef revela também que quase setenta milhões de crianças morrerão antes dos cinco anos até 2030 se a comunidade internacional não investir já nas crianças pobres.
O ano de 2030 é o prazo para a concretização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos no ano passado e que incluem a meta de reduzir para 25 ou menos o número de crianças, em cada mil nados vivos, que morrem antes de completarem cinco anos de vida.
Actualmente, Angola tem a maior taxa de mortalidade infantil do mundo: 157 em cada mil crianças morrem antes dos cinco anos no país. Angola é também por isso o país que mais longe está da meta definida no ano passado.

Se a tendência se mantiver como até agora, a taxa de mortalidade infantil em Angola será em 2030 de mais de 110 menores de cinco anos mortos em cada mil, ou seja, mais de três vezes o objectivo.
Em números absolutos, e se o ritmo de progresso não acelerar, Angola estará em 2030 entre os cinco países com mais mortes de menores de cinco anos.

Nessa altura, estima a Unicef, esses cinco países representarão mais de metade das mortes de crianças com menos de cinco anos: Índia (17%), Nigéria (15%), Paquistão (8%), República Democrática do Congo (7%) e Angola (5%).

Segundo o relatório da Unicef, a taxa de mortalidade em Angola diminuiu de 226 em 1990 para 157 em 2015, a mortalidade de menores de um ano caiu de 134 em 1990 para 96 em 2015 e a mortalidade neonatal (no primeiro mês de vida) era de 49 em 2015.

O documento indica também que 12% dos bebés nascem com baixo peso, 16% das crianças com menos de 59 meses têm baixo peso e 29% das crianças têm baixa estatura.


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