O responsável da ONG Construindo Comunidades, alertou há
dias para a onda migratória que atinge a capital do país, Luanda, devido a fome
que afecta a zona Sul e Sudoeste do país. O Padre Pio Wakusanga, considerou que
o fenómeno está forçar vários jovens a separarem-se das suas esposas e filhos,
provocando a desestruturação familiar, reforçando que a situação atinge com
intensidade as crianças e os idosos.
"Essa onda migratória nessa região, sudoeste de Angola,
espalhada por aí, naturalmente à procura de salários, de contratos que nem
sempre se encontra. Ficam a viver de subsídios miseráveis, às vezes termina um
contrato, até que encontrem um outro emprego fica complicado, não consegue
dinheiro para mandar para as famílias. Enquanto isso, a maior parte das esposas
ficam a lutar sozinhas com as crianças. Este aqui é o grande quadro infeliz,
que a fome provoca", comentou o sacerdote.
O prelado revelou que para além da fome, a escassez de água
agrava o quadro da região. Acrescentou que a quantidade de água existente nesta
parte do país, diminui drasticamente, situação que o responsável da ONG
Construindo Comunidade, caracterizou como precária para saúde das populações
desta região que enfrenta a calamidade.
"Enquanto não houver uma boa precipitação pluviométrica
para fazerem, ajudar a emergir a agricultura de emergência, fazer crescer as
ervas comestíveis, as ababorinhas, e mais tarde, as outras culturas, isso não
pode ser revertido, infelizmente”, reforçou o Padre Pio.
No meio disso as crianças são principais e as mais
vulneráveis vitimas.
“Isso acaba
por atingir as crianças. Não podem elas próprias arranjar alimentos, são
dependentes, muitas estão subalimentadas, quadro que pode levar as vezes à
mal-nutrição”, acrescentou, sublinhando que os idosos não escapam dessa
calamidade que se agrava com a falta de água.
O Padre Pio Wakusanga, informou que situação é muito
inquietante, e lamenta a falta de apoio a que estão votadas aquelas famílias,
por parte da sociedade, em ocasião que o país assinala 40 anos da sua independência.
“Todo esse quadro realmente é extremamente preocupante, num
momento em que nos preparamos para celebrar-se 40 anos de independência. Não
conseguimos, infelizmente, oferecer, nem se quer uma sexta básica a cada uma
dessas famílias. Isso é que é o quadro grave que nós registamos aqui na
região”, revelou o prelado da Igreja Católica.
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