REPÚBLICA DE ANGOLA
ASSEMBLEIA NACIONAL
GRUPO PARLAMENTAR DA UNITA
GABINETE
DO PRESIDENTE
DECLARAÇÃO POLITICA DA UNITA, POR OCASIÃO DO DEBATE E VOTAÇÃO, NA
GENERALIDADE, DO OGE 2016
Excelência Senhor Presidente da Assembleia
Nacional;
Ilustres Auxiliares do Titular do Poder Executivo;
Caros Auxiliares dos Auxiliares do Titular do Poder
Executivo;
Honoráveis Deputados;
Minhas Senhoras e meus Senhores:
Quando
ainda vivemos o calor de mais um 11 de Novembro, o 40º, começo por felicitar,
em nome do Grupo Parlamentar da UNITA, todos os angolanos pela celebração da
independência, pela qual lutaram e morreram angolanos nobres da FNLA, do MPLA e
da UNITA, liderados, respectivamente por Holden Roberto, Agostinho Neto e Jonas
Savimbi. Apesar de, 40 anos depois, ainda faltar coragem para contar a história
da libertação com verdade, permanece a fé de que breve chegará o dia em que,
para além da paz conquistada, da unidade falada e do desenvolvimento sonhado,
os angolanos possam vivenciar a reconciliação sentida no coração de todos e de
cada um, com verdade e com realidade, onde o país tenha apenas filhos, e não
mais filhos e enteados como ainda acontece.
Por
outro lado, quero, em nome do meu Grupo Parlamentar render a mais singela
homenagem às vítimas dos ataques terroristas na França, na Nigéria, no Sudão e
noutras paragens; ataques de uma cobardia insana que apenas semeiam a dor e o
luto.
Senhores Deputados,
Minhas senhoras e meus senhores;
Somos
aqui chamados hoje, para mais um daqueles exercícios nunca fáceis de olhar para
os recursos que o Titular do Poder Executivo pretende gastar para realizar as
despesas por si projectadas para o próximo ano de 2016. E o que vemos?
Em 2016, as contas públicas vão registar um défice de 781.2 biliões de
Kwanzas, resultado da diferença entre receitas
correntes de 3.5 biliões de Kwanzas, e despesas sem activos financeiros de 4,3
biliões.
Em dólares, considerando a taxa de câmbio de
143,6 Kz por dólar americano, implícita nesta proposta de OGE para 2016 – já
que, desta vez, o Executivo preferiu “esquecer-se” de pôr explicitamente esse
dado – as receitas deverão ascender a 24.5 biliões de dólares e as despesas a
29.9 biliões, sendo o défice correspondente de 5.4 biliões de dólares.
Em percentagem do Produto Interno Bruto, o
défice será de 5.5% do PIB, resultado da diferença entre receitas equivalentes a
24,7% do PIB e despesas de 30,2% do PIB.
Se compararmos esta proposta orçamental
com as estimativas de execução do OGE de 2015, as receitas aumentam em 8.5%, passando
de 3,2 biliões de Kz para 3,5 biliões, enquanto os gastos públicos dão um salto
de 13.8%, indo de 3,8 biliões de Kz para 4,3 biliões.
Como a inflação prevista pelo governo para
2016 ronda os 12%, as despesas públicas vão registar um ligeiro aumento em
termos reais.
O resultado de um aumento das despesas superior ao das receitas
representa, sem dúvidas, a degradação das contas públicas. Em percentagem do Produto
Interno Bruto, as receitas diminuem 0,7 pontos percentuais do PIB, passando de
25,4% em 2015, para 24,7%, em 2016, enquanto as despesas aumentam 0,6 pontos percentuais,
o que resulta num agravamento do défice em 1,3 pontos percentuais do PIB, de
4,2 para 5,5%.
A dívida vai aumentar em 782,1 biliões, montante
igual ao do défice. O stock da dívida aumenta 8,2 biliões de dólares, ao passar
de 41 biliões no final deste ano para 49,2 biliões no final de 2016, dos quais
30,8 biliões referentes à dívida externa.
Em percentagem do PIB, o endividamento vai
aumentar 9,2%, passando dos 40,5 %, previstos para o final deste ano, para os
49,7% projectados para o fim de 2016.
É verdade que a dívida pública, interna e
externa, de curto, médio e longo prazos, pode ir até ao limite de 60% do PIB. Mas
isso só tem consistência se estivermos a falar de uma economia com robustez, o
que não é o caso da nossa. Por outro lado, este limite inclui a dívida
governamental e a dívida das empresas públicas. Não se deve perder de vista o
facto de que não existem projecções para a dívida das empresas públicas em 2016
o que, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), no final de 2015,
só a dívida da SONANGOL deverá ascender a 14,7% do PIB. Ora, se à dívida governamental de 49,7% do PIB,
prevista para o próximo ano, somarmos a dívida da SONANGOL prevista para o
final deste ano, chegamos a um rácio de dívida pública de 64,3% do PIB em 2016,
o que fica claramente acima do limite legal de 60% do PIB. E isso, meus
senhores, não é uma boa notícia para os angolanos.
Senhores Deputados,
Neste orçamento, 154,2 biliões correspondem
aos chamados “outros serviços” que os angolanos nunca conhecem. Ou seja, 3,6%
da despesa orçamentada não é justificada, e isso, senhores auxiliares do
Titular do Poder Executivo, é simplesmente desonesto.
Difícil de digerir
é também o aumento dos subsídios que dão um salto de 66%, para 370,1 biliões de
Kwanza. O governo iniciou, no final de 2014, uma série de aumentos dos preços
dos combustíveis visando a eliminação dos subsídios, o que já sucedeu no caso
da gasolina, pelo que seria de esperar uma redução da factura dos subsídios, em
2016. Afinal, o que é que se passa?
Igualmente
preocupante, neste orçamento, é a descida do investimento que perde 11,1 pontos percentuais, ao
passar de 30,1% do total para apenas 19%, naquilo que será o valor mais baixo
desde 2005 quando a fatia do investimento não excedeu 16% do total. E isso é
preocupante, se tivermos em conta que a redução
da “petrodependência” e o combate à pobreza passam pela diversificação da
economia, o que exige um enorme esforço financeiro em infra-estruturas,
qualificação da mão-de-obra e melhoria dos cuidados de saúde da população,
entre outros.
Senhores Deputados,
Depois da mudança,
seguramente por distração, contida na proposta inicial do OGE para 2015, que
punha, pela primeira vez, as despesas ligadas à saúde e à edução acima das
destinadas à defesa e segurança, esta proposta de orçamento retoma o velho e
esquisito caminho do desprezo a esses dois sectores vitais para a vida de
qualquer país. A fatia de 13% da educação e saúde juntas continua, assim,
abaixo da defesa, segurança e ordem pública que recebe o equivalente a 14,4% do
total. Só aqui na Região da
África Austral, a Zâmbia dedica cerca de 15% dos gastos públicos à saúde, e Moçambique
20%. E se olharmos para vergonha de saúde que temos, o Titular do Poder
Executivo devia pensar em gastar um pouco mais nesse sector.
As verbas atribuídas
à agricultura continuam a ser insipientes o que denota incoerência com as sucessivas declarações do governo segundo as
quais agricultura constitui uma prioridade central face ao seu potencial em
termos de criação de emprego e, consequentemente, no combate à pobreza.
Neste
país do “quase”, passamos bruscamente do “quase potência económica”, a respirar
saúde financeira, para uma verdadeira “tuberculose financeira” onde dormimos
com mil dificuldades e acordamos, no dia seguinte, com 5 ou 6 mil.
- Os salários dos angolanos já não conseguem
crescer, já não são actualizados, enquanto os preços sobem a cada instante
e o poder de compra baixa, baixa e baixa mais. A ganhar a mesma coisa, os
angolanos hoje compram menos de um terço do que podiam comprar há cerca de
um ano.
- Os angolanos andam com atrasos salariais
astronómicos de 5, 6, 7 meses. Para viver de quê? Mesmo se o Presidente da
República acha – como já disse publicamente uma vez – que “ninguém vive do
salário”, o ar também servirá para a alimentação dos angolanos?
- A determinada altura algum iluminado terá
acordado a pensar que é um génio saído de uma garrafa qualquer, numa praia
qualquer, e achou que era preciso “desdolarizar” a economia. Ou seja, ninguém
mais paga em dólares, ninguém mais recebe em dólares, esquecendo-se que
vivemos num país que importa tudo ou quase tudo, do avião ao tomate, e que
os pagamentos desses produtos importados tem de ser feito em divisas. Esse
iluminado foi contar a história ao Senhor Presidente, este achou brilhante
a ideia do iluminado, e estamos nós aqui a penar: os negócios vão fechando
dia após dia porque ninguém consegue converter os kwanzas em dólares para
pagar as dívidas lá fora; o BNA está completamente impotente, sem
capacidade, com os seus leilões, de satisfazer a grande demanda que se
agiganta; nos bancos as filas tornaram-se aquelas “bichas das pedras” dos
anos 70 para comprar uma camisa, ou uma praça qualquer, com os
funcionários bancários a não saberem, coitados, onde desencantar divisas
para aqueles que buscam saúde noutras paragens onde ela tenha consistência,
pagar os estudos dos filhos, etc.; os kwanzas, mais procurados, também se
tornam coisa rara e os funcionários nos bancos, que ontem nos mentiam com
“faltas de sistema”, hoje passaram a dizer claramente que não têm kwanzas,
aumentando também os esquemas dentro dos bancos. Nos bancos comerciais não
há dinheiro; o próprio parlamento aqui está a viver dificuldades para ter
com que manter os deputados que viajam em serviço para o exterior; o BNA,
como sempre, diz que não há problemas e que está tudo bem... Meus
senhores, não façam isso!
- a criminalidade aumentou, com os assaltos
espectaculares que assistimos aqui em Luanda e noutras cidades do país,
quando já se mata por um prato de lentilhas;
- O país está a esvair-se e trazem-nos aqui ao
parlamento paliativos como “fiquem descansados que não vamos ter
resseção”. Como se um dia nos tivessem dito onde e quando saem os
dinheiros do país, ou “atenção que aí vem crise”!
- Os número definitivos do senso populacional
estão a ser um parto difícil. Continuamos a ser “vinte e tal milhões”, à
espera de saber, em definitivo, quantos somos. Os carros comprados com os
parcos recursos do país apodrecem literalmente no Instituto Nacional de
Estatística, alguns já sobre troncos, sem rodas.
- Outro problema é o lixo que agora mora nas
nossas casas, nas nossas estradas, nos nossos passeios, enfim, em todo o
lado. E agora, com o chegar das chuvas, seguramente e com muita tristeza,
a saúde, em si debilitada ao extremo, vai ter de enfrentar mais um
problema: a cólera, filho que poderá muito certamente nascer do casamento
entre o Lixo e a Chuva.
- E numa altura em que é preciso diminuir
despesas, começando, como é óbvio, pelo emagrecimento do Governo, o
Titular do Poder Executivo inventa mais despesas para premiar prestadores
de serviços de bajulação feitos “politólogos” e “tudólogos”, enquanto se
apela ao pobre cidadão que aperte ainda mais o cinto. Meus Senhores, isso
pode ser tudo, menos sério.
- Aqui, a nível central, os recursos ganham asas e “bazam” à velocidade de
cruzeiro. Nas províncias, salvo raros exemplos, os governantes praticam o
nepotismo, negoceiam consigo mesmos, em vergonhosa a desleal concorrência
com o pacato cidadão, procurando juntar todo o dinheiro mais algum, e
mesmo assim dizendo que “o mais importante é resolver os problemas do
povo”. E apesar da péssima forma de governar, basta mandar bater mais uns
cidadãos, intimidar uns tantos outros, e vestir-se de vermelho e preto
para que do Titular do Poder Executivo se feche os olhos a toda a
imundice e incompetência. Como diz
o nosso Povo, “Só Jesus na causa”!
Senhores Deputados,
Trazem-nos
aqui um orçamento cheio de zonas cinzentas, com o mesmo cântico de sempre de
“melhoria de qualidade de vida dos cidadãos”, de “preservação da unidade e
coesão nacionais”, entre outras coisas. No entanto, continua a ser passado um
cheque em branco ao Titular do Poder Executivo para gerir o nosso dinheiro sem
uma transparente prestação de contas, com tendência de as coisas ficarem assim
para facilitar a acumulação de capital de uns poucos que constroem e consolidam
riquezas claramente imerecidas;
continua
a ser permitido ao Presidente da República mexer no orçamento como quer, quando
quer e nos montantes que quer;
continua
a conceder garantias do Estado, como fez com o falecido Banco Espírito Santo,
em montantes que triplicam os do orçamento de 2014, fixando-se agora em 11.18%
do total de receitas;
vai,
para não variar, dar cerca de 3 bilhões e meio de kwanzas a pseudo associações
de utilidade pública claramente identificadas com uma cor partidária que fazem
a sua defesa da forma mais promíscua, usando vergonhosamente os recursos de
todos nós para servir interesses de um grupo; enfim....
ao
mesmo tempo que não há jeito de nos
deixarem, em representação do Povo Angolano, fiscalizar a forma como gastam o
nosso dinheiro, sobretudo depois que os nossos colegas do MPLA fizeram o favor
de evitar esse transtorno ao Titular do Poder Executivo, encomendando um
acórdão ao Tribunal Constitucional. E agora? É para ficar assim mesmo?
Minhas senhoras e meus senhores:
Esta
proposta de OGE prevê, a exemplo das anteriores, uma série de autorizações
legislativas concedidas pela Assembleia Nacional ao Titular do Poder Executivo.
Ora este não tem cumprido os requisitos impostos pelos números 1 e 4 do artigo
170º da Constituição, nomeadamente no que diz respeito ao objecto, sentido e
extensão de cada uma das autorizações solicitadas. Essa prática agora vai
mudar, ou vamos continuar a assistir a essa prática inconstitucional?
Numa
situação de crise que não é bem crise, de aperto económico que afinal não vai
chegar a recessão, queremos que o nosso
dinheiro, que até está a emagrecer muito, mesmo se ainda chega para perdoar
dívidas, seja convenientemente utilizado:
Ø Utilizado
para o pão das mossas crianças;
Ø Utlizado
para que os angolanos possam ter uma saúde com alguma consistência; saúde que
traga vida e não aquela que nos mata vergonhosamente e de qualquer maneira; com
as nossas filhas, esposas, irmãs a irem para as maternidades à procura do
auxílio de parteiras que escasseiam e que as deixam fazer os partos sozinhas
como se de um “self-service” se tratasse.... gastar sim mais dinheiro com a
saúde, em vez de nos orgulharmos com a construção e inauguração de morgues com
maior capacidade, mais e maiores cemitérios, como se a nossa aposta fosse ver
mais angolanos morrerem....
Ø Queremos
que o nosso dinheiro seja utilizado para um sistema de educação sólido,
saudável, que nos coloque aos níveis que façam de nós potencia pela capacidade
do cérebro e não pela maior velocidade com que premimos o gatilho; para ver até
se consegue resolver o problema dos desmaios nas nossas escolas, que se procura
esconder a todo o custo.
Ø Utilizado
para o fortalecimento e a dignificação dos salários dos angolanos; salários que
tornem os bolsos dos trabalhadores angolanos fortes, permitindo que consigam
fazer face às necessidades das respectivas famílias;
Ø Utilizado
para ter um Parlamento que funcione com alguma dignidade; um Parlamento onde os
subsídios não são pagos; os salários atrasam, os Grupos Parlamentares ficam
impossibilitados de fazer o seu trabalho; ao deputado não se consegue prover um
simples assistente que lhe permita ter um desempenho minimamente aceitável;
Ø Utilizado
para resolver o problema dos desmobilizados, das FAPLA, das FALA, do ELNA ou
das FAC; compromisso assumido à luz dos acordos de paz; até para preservar a
unidade e a coesão nacionais, conforme reza o Programa Nacional de
Desenvolvimento do MPLA que se repete todos os dias que nem terço;
Ø Utilizado
para resolver definitivamente o problema que os nossos irmãos no Cunene
enfrentam ano após ano, sempre tratados com paliativos de uma fragilidade
escandalosa que denota completa e absoluta falta de vontade política de
resolver o problema daquelas populações. E se é falta engenharia e de arte,
meus senhores, é hora de se colocarem de lado para que aqueles que podem o
façam.
Ø Queremos
que o nosso dinheiro seja utilizado para o apoio moral e material aos angolanos
da classe albínica, institucionalizada pelas Nações Unidas, para proteger os
nossos irmãos e irmãs, assegurar que não são discriminados, que têm acesso ao
ensino, ao emprego e às mais variadas oportunidades de forma igual, e que o
país trabalhe com os outros países da região e não só, para a sua protecção e
segurança;
Ø No
entanto, não queremos que o nosso dinheiro, o dinheiro de todos os angolanos,
continue a ser utilizado para pagar serviços escuros e obscuros prestados por
gente que se livra a um comportamento imundo, buscados de antigas “metrópoles”,
como é o caso de jornalistas prostituídos ou “juristas/ex-diplomatas/ex-ministros”
sem carácter, sem dignidade, sem beira nem eira, que vêm para Angola à procura
de capim para pastar, na dificuldade de obtenção de meios de subsistência nas
suas terras.
Ø Não
queremos que o nosso dinheiro seja utilizado para alimentar organizações de
defesa civil (ODPs ou ODCs) com quem se pretende gastar quase 380 biliões de
kwanzas; organizações que, à luz dos acordos de paz, já há muito deveriam estar
extintas...
O
país está num verdadeiro coma financeiro; as violações dos direitos humanos
multiplicam-se; há cada vez mais presos políticos nas cadeias, em país “democrático
de direito”; o descontentamento populacional aumenta; a partidarização dos
órgãos do Estado aumenta; a nossa polícia é cada vez mais utilizada para
reprimir a população, que vê os seus direitos e liberdades a emagrecer como
emagrecem os seus bolsos; o país vê crescer e agigantar-se um “quarto poder”
não previsto na Constituição de 2010, que responde pelo nome de “Ordens
Superiores”, que abafa e pisoteia os poderes inscritos na Constituição –
nomeadamente o judicial e o legislativo – tendo este ficado numa
subalternização absurda, ridícula, utilizado apenas para casos como este em que
se quer fazer passar um Orçamento que vem para aqui de uma forma qualquer, para
não variar, enquanto aquele, o Judicial, vê a balança permanentemente
desequilibrada a depender do prato onde sua excelência senhor “Ordens
Superiores” resolve pôr o pé. Que o digam os 17 jovens que começaram a ser
julgados ontem – e para quem esperamos um julgamento justo – acusados de
tentativa de golpe de Estado, primeiro, e de actos preparatórios de rebelião,
depois; uma acusação trazida aqui mesmo nesta Assembleia Nacional pela
Procuradoria Geral da República e pelo Ministério do Interior, nessa
“golpofobia” em que mergulharam o país, que contrasta com a canção de
estabilidade tantas vezes cantada. Que o diga o Dr. Marcos Mavungo, atirado para
a cadeia por 6 anos, por ter cometido o
crime de acreditar que o direito de manifestação inscrito na Constituição é
mesmo para ser exercido, fora dos âmbitos da bajulação hipócrita, num país onde
esse direito, sistematicamente negado aos cidadãos angolanos, até é reconhecido
aos estrangeiros, como o grupo de cubanos que pararam a Marginal de Luanda, há
dois dias, porque queriam comemorar 40 anos de reconhecimento de Angola;....
Mas que fazer, se estamos num país “democrático de direito”?
Como
diz o nosso Povo, “só mesmo Jesus na Causa”.
Tenho
dito e muito obrigado, Senhor Presidente
GRUPO PARLAMENTAR DA UNITA, 17 DE NOVEMBRO DE 2015
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