28 de Junho de
2016
A Guiné
Equatorial e, pois claro, Angola são dois dos três países do mundo onde menos
de metade da população tem acesso a fontes melhoradas de água potável, diz a
Unicef, acrescentando que Angola tem de aumentar mais de cinco vezes o ritmo de
redução da mortalidade infantil para alcançar o objectivo de reduzir para 25 o
número de mortes de menores de cinco anos em cada mil.
Estes dados
revelam, mais uma vez, que todo o mundo, mas sobretudo os angolanos, devem dar
os parabéns a sua majestade o rei de Angola, José Eduardo dos Santos, pelos
excelente trabalho que o seu regime – há 40 anos no poder – tem feito em prol
da nossa miséria.
Angola tem a
maior taxa de mortalidade infantil do mundo: 157 em cada mil crianças morrem
antes dos cinco anos no país.
Intitulado “Uma
oportunidade justa para todas as crianças”, o relatório anual do Fundo das
Nações Unidas para a Infância (Unicef), hoje divulgado, alerta para a urgência
de investir nas crianças mais pobres do mundo, sob pena de deixar para trás
milhões de crianças.
No capítulo
dedicado à Saúde, o relatório apresenta as estatísticas de todos os países no
que diz respeito ao acesso a fontes melhoradas de água potável e a instalações
sanitárias melhoradas, bem como às taxas de vacinação ou ao acesso a redes
mosquiteiras impregnadas com insecticida.
Segundo os dados
disponíveis, apenas três países no mundo têm menos de metade da sua população
abrangida pelo acesso a fontes melhoradas de água: Papua Nova Guiné (40%) Guiné
Equatorial (48%) e Angola (49%).
A situação é pior
nas zonas rurais, onde apenas 28% dos angolanos e 31% dos equato-guineenses têm
acesso a sistemas como água canalizada, torneiras públicas ou fontanários,
poços tubulares ou furos, poços ou nascentes protegidas.
Entre os
restantes Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
o Brasil regista 98% da população abrangida (87% nas zonas rurais); Cabo Verde
92% (87% nas zonas rurais); Guiné-Bissau 79% (60% nas zonas rurais); Moçambique
51% (37% nas zonas rurais); Portugal 100% em todas as zonas; São Tomé e
Príncipe 97% (94% nas zonas rurais) e Timor-Leste 72% (61% nas zonas rurais).
Mortalidade
infantil
Angola tem de
aumentar mais de cinco vezes o ritmo de redução da mortalidade infantil para
alcançar o objectivo de reduzir para 25 o número de mortes de menores de cinco
anos em cada mil, revela a Unicef.
O relatório da
Unicef revela também que quase setenta milhões de crianças morrerão antes dos
cinco anos até 2030 se a comunidade internacional não investir já nas crianças
pobres.
O ano de 2030 é o
prazo para a concretização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS),
definidos no ano passado e que incluem a meta de reduzir para 25 ou menos o
número de crianças, em cada mil nados vivos, que morrem antes de completarem
cinco anos de vida.
Actualmente,
Angola tem a maior taxa de mortalidade infantil do mundo: 157 em cada mil
crianças morrem antes dos cinco anos no país. Angola é também por isso o país
que mais longe está da meta definida no ano passado.
Se a tendência se
mantiver como até agora, a taxa de mortalidade infantil em Angola será em 2030
de mais de 110 menores de cinco anos mortos em cada mil, ou seja, mais de três
vezes o objectivo.
Em números
absolutos, e se o ritmo de progresso não acelerar, Angola estará em 2030 entre
os cinco países com mais mortes de menores de cinco anos.
Nessa altura,
estima a Unicef, esses cinco países representarão mais de metade das mortes de
crianças com menos de cinco anos: Índia (17%), Nigéria (15%), Paquistão (8%),
República Democrática do Congo (7%) e Angola (5%).
Segundo o
relatório da Unicef, a taxa de mortalidade em Angola diminuiu de 226 em 1990
para 157 em 2015, a mortalidade de menores de um ano caiu de 134 em 1990 para
96 em 2015 e a mortalidade neonatal (no primeiro mês de vida) era de 49 em
2015.
O documento
indica também que 12% dos bebés nascem com baixo peso, 16% das crianças com
menos de 59 meses têm baixo peso e 29% das crianças têm baixa estatura.
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