O líder da UNITA
defendeu que atos como o realizado hoje em defesa dos 17 jovens ativistas
angolanos condenados a prisão por rebelião, devem repetir-se para
consciencializar os cidadãos sobre o direito de fazer ouvir a sua voz.
Lusa
Mundo Angola
20:49 - 25/06/16
Isaías Samakuva,
líder do maior partido da oposição em Angola, participou hoje, em Luanda, num
"encontro de solidariedade" para com os 17 jovens ativistas a cumprir
prisão, por atos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores, e de
apoio a vítimas de intolerância política.
Segundo o
dirigente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o
encontro foi positivo, sendo por isso necessária a participação dos cidadãos em
atos do género e que mais iniciativas sejam organizadas.
"Atos como
este devem realizar-se mais vezes, porque precisamos de consciencializar o
cidadão que também é seu dever participar em atos como este, é seu dever fazer
ouvir a sua voz, para que aqueles que nos oprimem, que oprimem o povo, saibam
que não estamos de acordo e não aceitamos", referiu.
O dirigente da
UNITA considerou que a luta pela liberdade de expressão e de comunicação fazem
parte também de exercícios como o realizado hoje.
O encontro,
organizado pelo jornalista e ativista angolano Rafael Marques, em colaboração
com a rádio Despertar, visou ouvir os testemunhos de familiares dos 17 jovens
detidos e de sobreviventes e parentes de casos de intolerância política,
maioritariamente contra militantes da UNITA, ocorridos em várias regiões de
Angola.
Isaías Samakuva
lamentou que muitas vezes as pessoas questionem o papel da UNITA na defesa dos
cidadãos, realçando que "a luta" do seu partido é diária.
"Naturalmente
há vítimas e queremos que muitos outros se juntem à nós e percebam que o
ditador é conhecido, tem nome, como foi dito aqui, e este ditador é que nós
temos que fazer com que saia do lugar em que está para que o povo viva em paz e
liberdade", sublinhou.
Sobre os jovens
ativistas, o líder da UNITA prevê que daqui há mais alguns meses sejam
libertados.
"Na minha
maneira de ver, toda a gente, inclusive o juiz, inclusive o próprio Presidente
da República, que penso que é ele que manda nestas coisas, todos sabem que não
há culpa nenhuma aqui, mas como ato de intimidação mantêm as pessoas na cadeia
e há um simulacro aqui do tribunal supremo, que já sabe que deviam sair, mas é
preciso intimidá-los para ficarem ainda ali a sofrerem para que fiquem com medo
de repetir a mesma coisa, e daqui há mais alguns meses, já aparece o tribunal a
dizer afinal que não há nada", opinou.
"E depois
vem a antiga cantiga, afinal a justiça funciona, as instituições funcionam, o
processo correu. É o cenário que está aqui, não tenho dúvidas", asseverou
Isaías Samakuva.
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