quinta, 02 junho
2016
A União Nacional
para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição, quer
respostas através de um inquérito imparcial sobre as causas do ataque à sua
delegação parlamentar na província de Benguela, em que resultaram três mortos.
A posição foi
hoje transmitida em conferência de imprensa pelo líder da bancada parlamentar
da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, que contou detalhadamente os factos
ocorridos na semana passada, na localidade de Kambundo, comuna de Kapupa,
município do Cubal, com a delegação de deputados que chefiava em visita
parlamentar.
Adalberto da
Costa Júnior, que foi hoje recebido pelo ministro do Interior, Ângelo da Veiga
Tavares, disse que no encontro relatou o sucedido, tendo ouvido do governante
angolano que tinha tomado boa nota.
O dirigente da
UNITA aventou a hipótese de recorrerem às instâncias internacionais em caso de
necessidade, se for constatado "protecionismos a bandidos".
"Nós
precisamos claramente de uma ação que retire das nossas cabeças, a ideia de que
havia um plano de morte dirigido a nós. Há muita gente que nos liga e que diz
que éramos o alvo desta ação, não queremos acreditar. Nós precisamos de
respostas do porquê que fomos atacados, quem é que nos atacou, quem é que levou
estas milícias para aquele perímetro de cerca de dez quilómetros", frisou.
O deputado da
UNITA referiu que continuam os atos de brutalidade contra os membros daquele
partido naquela localidade, com casas e motorizadas queimadas, pessoas
atacadas, animais roubados.
"Ameaças
brutalizadas, angolanos escondidos no mato a fugir de outros angolanos com as
costas largas, porque não há responsabilização. Não podemos aceitar",
lamentou.
Adalberto da
Costa Júnior manifestou a sua indignação perante a "extrema
passividade" demonstrada pela polícia durante a ação que "nada
fizeram perante as ameaças de morte proferida pelos agitadores que tinham a
chefia bem identificada".
"Aquando do
início do ataque à delegação não aceitaram efetuar nenhum disparo para o ar,
preventivo, nem dispuseram o dispositivo em posição de defesa da comitiva,
tendo mesmo subido para a viatura e avançado, colocado toda a delegação à
disposição dos atacantes", contou.
Segundo Adalberto
da Costa Júnior, a delegação foi alvo de um "ataque violento",
efetuado por uma "milícia numerosa", armada de zagaias, catanas e
mocas.
Lusa
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