lusa.sapo.pt Lusa
31 mai
O líder da UNITA,
Isaías Samakuva, disse hoje em Luanda que vai apresentar um protesto ao
Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, sobre o incidente envolvendo
deputados do partido na província de Benguela e que terminou com três mortos.
A informação foi
transmitida numa conferência de imprensa em que o líder da União Nacional para
a Independência Total de Angola (UNITA) procedeu à leitura de uma declaração
sobre os 25 anos do Acordo de Paz para Angola, assinado em Bicesse, Portugal, e
de balanço sobre as visitas que promoveu às cadeias de Luanda.
Isaías Samakuva
defendeu que 25 anos após a assinatura destes acordos, "é tempo de os
angolanos refletirem sobre a sua história recente", para dela tirar lições
e fazer com que "a paz reine efetivamente em Angola, num ambiente de
perfeita harmonia".
Na declaração, a
UNITA sublinhou que incidentes como o ocorrido, recentemente, na província de
Benguela, com militantes daquele partido, "devem ser condenados
inequivocamente por todos os angolanos e devem merecer uma rigorosa
investigação para que os seus autores sejam criminalmente
responsabilizados".
O presidente da
UNITA referia-se aos confrontos registados, sexta-feira, entre militantes da
UNITA e alegados apoiantes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA),
partido no poder, que resultou na morte de três pessoas, durante uma visita de
trabalho de deputados daquela força política da oposição.
"Os acordos
de paz para Angola devem fazer-nos lembrar que pertencemos todos à mesma
família e não devemos repetir os mesmos erros do passado", destacou.
Acrescentou que a
UNITA vai protestar "veementemente" contra estes atos de violação dos
direitos humanos, não apenas "pela sua natureza criminosa, mas pelo facto
de ser uma prática recorrente, orquestrada por agentes identificados, que persistem
em subverter as instituições do Estado democrático com uma certa
impunidade".
Segundo o
dirigente da UNITA, o Ministério Público tem sido informado desses atos através
das vítimas e até pelo partido, mas os seus autores não são presos.
"O
Ministério Público recebe as participações, dos crimes praticados, conhece os
autores, mas não os prende nem os acusa", disse Isaías Samakuva,
acrescentando que o protesto será feito formalmente, junto do Presidente
angolano, José Eduardo dos Santos.
"Vamos dizer
ao senhor Presidente que compete a responsabilidade de criar condições de
segurança a todos os cidadãos, ele é o chefe do Executivo, portanto, a
responsabilidade é dele se isso acontece várias vezes", concluiu.
NME // EL
Lusa/Fim
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