Elementos não
identificados, na zona do Ramiro, município de Belas, província de Luanda,
destruíram na noite de terça para quarta-feira, o edifício partidário da UNITA,
que estava prestes a ser inaugurado para abrigar as actividades partidárias
desta força política. A ocorrência teve lugar na sequência da invasão do
espaço, por uma unidade da polícia de guarda fronteiras, um dia antes do
sucedido, alegadamente a mando do administrador do Ramiro, que proferiram
ameaças de morte contra os trabalhadores e quadros da UNITA no local, conforme
informou o deputado da bancada parlamentar da segunda maior força em Angola,
José Kachiungo, nesta quarta-feira 29 de Junho de 2016, na sua deslocação ao
local.
"O clima
está calmo. Existe aqui na zona do Ramiro um edifício da UNITA que estava
inativado na altura. Mas que agora em função do calendário que a UNITA tem na
zona, estava a ser preparado para ser inaugurado no próximo sábado, como comité
da UNITA. Ora, ontem quando já as obras ficaram visíveis e o mastro e a bandeira
da UNITA tinham sido içados, do nada apareceu e, aqui é bom que se ressalve não
há confrontos entre militantes da UNITA e militantes do MPLA. Os factos que há
são os seguintes: uma unidade da polícia de guarda fronteira a mando do senhor
administrador do Ramiro invadiu o espaço, ameaçando de morte os trabalhadores e
os quadros da UNITA que estavam na preparação do local", explicou.
Ante as ameaças
dos homens da guarda fronteira, a polícia da ordem pública foi chamada a
restabelecer a ordem, que garantiu manter o local seguro de qualquer acto
vándalo, promessa essa não concretizada na prática, segundo fez saber o
deputado do maior partido na oposição.
"Contactada
a polícia de ordem pública, esta prontamente enviou para o local um
dispositivo. Esse sim conseguiu persuadir a polícia, os seus homólogos da
polícia de guarda fronteira a abandonar o local. Eles abandonaram o local com
palavras de ameaças e com as armas e vinham armados; fardados e armados com as
armas apontadas aos nossos militantes. O comandante da polícia garantiu-nos que
podíamos ir para casa descansados que, iam garantir a segurança do local",
disse.
De acordo com o
membro do grupo parlamentar da UNITA, até o tanque de água, a moto-bomba, todo
sistema de mangueiras da moto-bomba, as árvores não foram poupadas durante a
destruição do edifício.
"O nosso
espanto é esta manhã encontramos o edifício completamente vandalizado. Eu estou
aqui no sítio. Partiram tudo que era vidro, toda louça sanitária, até alguns
azulejos na parede foram partidos. Rebentaram com o tanque de água, partiram a
moto-bomba, esquartejaram todo sistema de mangueiras da moto-boma. O que mais
me toca é que, até as árvores, as mangueiras, os vasos de flores foram cortados
a catanada", descreveu.
O caso foi
entregue na mão do comandante da zona e da polícia local, e os responsáveis da
UNITA, no município de Belas remeteram também processo crime contra o
administrador naquela área e o chefe da JMPLA do Ramiro ao nível do município,
que na véspera do sucedido proferiram ameaças de morte contra os membros e
quadros do partido naquela circunscrição do maior partido na oposição em
Angola.
"Há bocado
viemos aqui com o comandante local da polícia. Também é para vermos o cenário.
Mas, chegamos todo a acordo que antes de entramos no local deviam vir elementos
da investigação criminal para tomarem conta da ocorrência. Então, nesse momento
o sítio está aguarnecido pela polícia da ordem pública. Nós todos estamos fora
do edifício, o senhor secretário da UNITA em belas está na esquadra da polícia
a fazer uma participação de queixa crime, porque, temos os nomes dos
envolvidos. Não são os militantes do MPLA, é o administrador do Ramiro, da
comuna; é o chefe da JMPLA aqui, que estiveram aqui ontem a proferir essas
ameaças. Os que trabalharam durante a noite para vandalizar o sítio nós não
sabemos quem são. Isso vai depender agora da investigação que for feita. Só
temos a lamentar que ainda esses comportamentos de intolerância se verifica um
bocadinho pelo país", esclareceu o representante do povo na casa das leis.
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