1 . O lote de
“investidores privados” que detém cerca de 40% do capital da editora/dona da
publicação do novo jornal on-line “Eco”, Portugal, compreende um ou mais
representantes de Isabel dos Santos (IS). O projecto reúne um total de 34
accionistas, entre empresários em nome individual, investidores particulares e
fundos.
Tal como em
anteriores investimentos nos media, a participação de IS na sociedade não é
directa, mas através de sociedades intermediárias. A nova publicação, em fase
de testes e com lançamento previsto para o último trimestre de 2016, é dirigida
por António Costa (AC), ex-diretor do Diário Económico.
Actualmente
consultor de IS, AC é coordenador editorial da edição lusófona da revista
Forbes, cujos direitos de publicação em língua portuguesa foram comprados pela
empresária em 2013; na sua linha dedica especial atenção a IS (três artigos
sobre empresária no primeiro número, em 2015).
Nas suas funções
de consultor, AC também ligado ao portal ZAP, da principal operadora angolana
de TV por satélite, detida pela Unitel, cujo interesse na compra do Diário
Económico chegou a ser sugerido em 2015.
O grupo Ongoing, proprietário do jornal,
chegou a negociar a venda do mesmo com Domingos Vunge (DV) uma figura pouco
conhecida em Portugal, mas considerada próxima de dois altos funcionário do
gabinete do Presidente; Aldemiro da
Conceição, diretor do Gabinete de Quadros, e Vieira Dias “Kopelipa”, chefe da
Casa Militar.
Nos media, DV esteve na Score Media, que
publicou o Expansão, antes de o jornal passar a ser controlado pelo chamado
grupo Madaleno. Mais tarde, assumiu-se como investidor da Revista Rumos e do
jornal Mercado, através da empresa MédiaRumos.
Os ativos do DE, actualmente a ser publicado
apenas em versão digital, deverão agora ser vendidos ao grupo responsável pela
publicação do diário gratuito “Oje”; os referidos activos incluem uma licença
de televisão por cabo. A transacção está condicionada a uma perdão da dívida da
empresa.
2 . No projeto “Eco”, foram apenas tornadas
públicas as participações de AC e de Paulo Padrão, ex-assessor de comunicação
de Ricardo Salgado no BES (3,5% cada). O jornal terá uma redação de cerca de 20
pessoas. Em círculos próximos dos promotores do projeto, é também aventado o
envolvimento da EDP.
Cerca de 27,5% da Global Media, que publica o
Diário de Notícias e Jornal de Notícias, detém a rádio TSF e outros títulos,
são capitais angolanos – detidos por António Mosquito (AM), mas considerados da
iniciativa e do interesse efectivo de IS (AM 823).
Em privado, AM terá, mesmo, antes de se
concretizarem os investimentos na Global Media (também na construtora Soares da
Costa). manifestado sentimentos de incomodidade face a iniciativas a que teria
sido compelido a ligar-se. Em Nov.15, negociou a sua saída a breve trecho dos
media e da construção em Portugal, que considerava estarem a trazer-lhe danos
reputacionais, pela imputação a si mesmo das consequências (prejuízos,
despedimentos) das crescentes dificuldades.
Entre as diversas
participações angolanas nos media em Portugal, as do grupo Madaleno, nos
jornais Sol e I, são consideradas em meios habilitados de Luanda como
representando agora interesses ligados em última instância ao regime do MPLA
(AM 995), partido em especial.
A entrada dos interesses angolanos nos media
em Portugal é geralmente considerada no regime do MPLA como tendo sido em geral
mal sucedida, a nível financeiro e também de influência política. A situação
terá sido internamente comentada pelo próprio Presidente, pondo em causa
alegados benefícios na melhoria da imagem do país.
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