Cubal, Benguela
Um mês e meio
após os incidentes que provocaram três mortos e vários feridos no município do
Cubal, na província angolana de Benguela, centenas de militantes da UNITA
continuam longe das suas moradias e dizem estar a ser perseguidos por membros
do MPLA.
Na semana
passada, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, afirmou esperar
que incidentes como o que envolveu deputados da UNITA em Benguela, a 25 de Maio
último, não voltem a acontecer, mas a verdade é que prevalece o espectro de
violência.
Empurrados para
bem longe das suas casas, 180 pessoas continuam ao relento, nas margens do rio
Songue, comuna da Capupa.
Eles estão a
25/30 quilómetros do local de residência, para onde deverão regressar, não se
sabe quando, com uma condição: a menos que se filiem no MPLA,
“A situação não
alterou, continuam mais de 100 pessoas, incluindo mulheres e crianças, a
receber ameaças. Não conseguem deixar as margens do rio para regressar à casa.
A menos que se filiem no MPLA, é a imposição’’, refere um cidadão do Cubal, que
optou por falar sob anonimato.
A mesma fonte diz
que “para as autoridades, só tem direitos quem é do MPLA, os outros não contam,
parece que não são pessoas’’.
A VOA sabe que
membros do Governo de Benguela, com Isaac dos Anjos à testa, deverão dialogar
com os deslocados que se encontram em condições precárias visando assegurar que
o regresso às suas casas ocorra sem violência.
Uma fonte oficial
contactado diz que não está a par desta informação, mas lembrou que, a
acontecer, será depois do próximo sábado, dia em que o MPLA estará a tratar do
seu Congresso.
Com o caso
prestes a chegar à Procuradoria Geral da República, recorde-se, o Chefe de
Estado revelou que o inquérito estava a ser aprofundado, visando determinar
correctamente o que se passou.
Várias vezes
contactados pela VOA, o chefe da Ordem Pública e o porta-voz do Comando
Provincial, Carlos Mota e Pinto Caimbambo, optaram sempre por não prestar
declarações, até mesmo sobre a denúncia dos militantes da UNITA.
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