Saneamento básico
João Silva
Actualmente o município de Viana é o que mais cresce à nível da província de Luanda, com o aumento quase que constante de novos bairros. Contudo, a falta de um serviço competente na recolha de lixo e do saneamento básico é bastante notório, porquanto, com o aumento da população também acresceu substancialmente a produção de lixo.
Os resíduos acumulam-se em enormes quantidades, também porque o sistema de recolha anterior baixou de nível. Anteriormente a operadora, além de recolher os amontoados em diversas zonas do município, também fazia a recolha de porta à porta nos diferentes bairros. Os moradores já estavam habituados e todos os dias depositavam o lixo doméstico, em sacos, diante das suas portas. A partir das seis horas da manhã os camiões rondavam os bairros e com fortes buzinadas avisavam os moradores. Dessa forma, mesmo os mais distraídos eram alertados e ninguém guardava lixo. O sistema funcionou bem até meados de 2012; depois, para surpresa da população, foi desaparecendo até que os camiões deixaram de circular. Não tendo outra alternativa, os populares foram depositando o lixo nas ruas, nas valas e, sobretudo, no espaço do caminho-de-ferro e mesmo sobre a linha. Em alguns pontos existem contentores mas, mesmo aqueles, ficam tão abarrotados que o lixo se acumula no chão, porque não são descarregados regularmente.
O Semanário Angolense (SA) visitou alguns bairros do município de Viana e constatou que, no bairro da Caop, por exemplo, junto da estação do CFL, por detrás do muro, há uma praça, ao lado há uma dependência da empresa de distribuição de água e, por incrível que pareça, ao redor há um grande foco de lixo produzido pelas vendedoras a que se acresce o lixo doméstico depositado pelos moradores.
A situação é alarmante e está a tornar-se num sério problema de saúde pública. Às vezes, gente há que incendeia o lixo e a situação torna-se simplesmente insuportável por causa do fumo que se infiltra pelas casas e provoca uma tosse que põe em perigo, principalmente, a saúde das crianças.
A lixeira está a crescer e a invadir o quintal do caminho-de-ferro. A operadora SGO que tem a responsabilidade de recolher o lixo em Viana, de vez em quando destaca uma equipa para recolher o lixo, mas os trabalhadores limitam-se a juntar o lixo, mas não o removem do local.
Esta situação, de lixo acumulado, regista-se em quase todos os bairros e estradas daquele município, conforme foi constatado pelo SA. Em alguns lugares as concentrações de lixo são tão grandes que assustam.
Os moradores preocupados com a situação e com o perigo que os focos de lixo podem causar à saúde dos seus filhos e não só, pela procriação de vermes, mosquitos e cheiros nauseabundos, apelam a quem de direito para encontrar soluções viáveis para o caso.
A este propósito, as comissões de moradores e a população em geral de alguns bairros, já escreveram cartas para a administração municipal e o gabinete da direcção-geral da SGO, responsável pelo saneamento básico, mas nunca tiveram qualquer resposta.
«Como munícipe de Viana encontro-me muito preocupado com o saneamento básico do nosso município visto que estamos em época de chuva; não sei como vamos viver com tanta lixeira que ultimamente se regista em algumas zonas do nosso município; acho que deviam contratar mais operadoras para trabalhar na recolha do lixo cá no município, porque Viana está a crescer a cada dia que passa e o número de moradores aumenta. Por este motivo, as operadoras que prestam serviços na área do saneamento básico devem ser mais responsáveis e fiscalizados pela administração local», disse o jovem Viegas, estudante universitário.
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