30/10/2014
O Líder da UNITA,
Isaías Samakuva, advogou hoje em Lisboa a construção de uma parceria
estratégica entre Angola e Portugal para a segurança geo-estratégica do
Atlântico Sul.
“Tal segurança”,
afirmou, “radica no desenvolvimento de um novo conceito estratégico de defesa:
defesa da vida, defesa dos eco-sistemas, defesa da biogeografia e do
multiculturalismo, defesa da democracia, da dignidade dos povos e da
prosperidade das Nações”.
“Trata-se de se
ensinar e transmitir às novas gerações uma nova matriz de valores como
fundamento da longevidade das pessoas, da coesão das famílias e da felicidade
das nações”, porque, segundo Samakuva, “a segurança geo-estratégica do
Atlântico Sul implica investimentos massivos na educação primária, na educação
científica, na educação moral e cívica, na educação financeira e na educação
tecnológica”.
A parceria inclui
também a constituição de “duas entidades independentes e confederadas dotadas
de poderes e recursos adequados para fazer “o combate estratégico da corrupção
nos dois países”.
O Presidente da
UNITA foi o convidado de honra para o almoço-debate mensal promovido pelo
International Club of Portugal. O seu tema foi O FUTURO DAS RELAÇÕES ENTRE
ANGOLA E PORTUGAL NO QUADRO DA GEO-ESTRATÉGIA INTERNACIONAL. Na audiência estavam
deputados, homens de negócios, académicos, políticos e vários funcionários da
Embaixada de Angola.
“As relações
entre Angola e Portugal são mais profundas do que interesses efémeros de
governantes circunstanciais ou de grupos económicos de visão míope. São
relações históricas de sangue, de cultura e de identidade, cujo progresso
dependerá, em grande medida, do empenho dos dois povos e Estados em construir
instituições democráticas sólidas e em subordinar a política e os negócios à
ética”, defendeu o líder da UNITA.
Depois de fazer
uma abordagem histórica das relações entre Portugal e Angola nos últimos 50
anos onde destacou os três acontecimentos de 1961, 1975 e 1991 que determinaram
a natureza e a intensidade das relações entre os dois países, o conferencista
surpreendeu de certo modo a sala ao afirmar que “Angola está à beira de uma
mudança histórica de grandes dimensões: o fim de mais um regime político e o
início de uma nova era”.
A razão desta
profecia, segundo o líder do Galo Negro, é que “o actual governo já não
consegue reunir condições políticas de governabilidade e de legitimidade para
se manter em plenitude de funções” e terá atingido “o seu ponto de ruptura no
conflito que o opõe ao povo angolano”.
“Isto significa,
caros amigos, que a construção do futuro de Angola passa por resgatarmos o
nosso compromisso com a construção do Estado de Direito e da democracia, à qual
o nosso país chegou após muito sofrimento. Não temos o direito de negar a
Angola e aos angolanos esse futuro. E é a arquitectura da construção desse
futuro que ditará as novas relações entre Angola e Portugal”, rematou Samakuva.
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