Fonte:
VOZ DA AMÉRICA, 20MAI2015
As autoridades angolanas reforçaram a segurança do Presidente angolano,
José Eduardo dos Santos, com o receio de uma revolta popular na
sequência dos
confrontos entre a polícia e seguidores da seita A Luz do
Mundo, de José Julino Kalupeteka.
Fontes militares contactadas pela VoA revelaram que entre os
dias 19 e 24ABR15 chegaram a Luanda cerca de mil militares das chamadas Forças
Especiais de Apoio
ao Comandante-em-Chefe (FEACC), estacionadas na província do
Kuando Kubango, cuja missão é intervir em eventuais casos de golpe de
Estado.
Uma outra fonte ligada ao Serviço de Informações e Segurança
do Estado (SISE) revelou que, "para se evitar ou limitar o ónus
político, interno e externo, na sequência
do
incidente ocorrido no Huambo, as autoridades angolanas escondem o número real de
mortos".
Apesar de,
aparentemente, as autoridades terem dado pouco importância aos incidentes
no Huambo, na prática, estão a ser introduzidos métodos para controlar
eventuais
protestos que, segundo o SISE, "tenderiam a alastrar-se a todo o
território nacional e
a escapar ao controlo do regime".
A mesma fonte adiantou que o SISE considera Kalupeteca como
um elemento fundamental para aumentar ou reduzir as chances de sucesso
ou fracasso de uma eventual manifestação, por ser um bom orador, com forte
poder de mobilização, boa capacidade de persuasão e de convencimento e com grande
influência no seio dos
seus seguidores.
A tensão aumenta em Angola numa altura em que tem vindo a
crescer a hipótese da ocorrência de convulsões sociais provocadas pelo
descontentamento da população
com a queda
do poder de compra. O regime, também, considera a actual situação como
"bastante delicada".
O arcebispo
do Lubango, Gabriel Mbilingui, considera que a situação está a criar muita
tensão em Angola, particularmente na região do Huambo. Segundo Dom
Mbilingui, "é um fenómeno que cria muita tensão, que
pode ter consequências imprevisíveis, também pela forma como está a ser abordado,
até pelas autoridades competentes, o que também deixa uma certa preocupação".
Fontes militares, que pediram o anonimato, revelaram à VOA
que a operação por parte das FAA foi dirigida por altas patentes da
contra-intelligence e do serviço de intelligence e segurança militar, que teriam chegado ao
local depois de serem mobilizados em dois camiões militares preparados para a
operação de guerra. Ao chegarem ao
local, os soldados abriram fogo com armas sofisticadas, disparando em todas as
direcções, primeiro usando o morteiro .82mm, o lança-rocket RPG-7 e o
Z.U-4.
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