A irmã do
presidente angolano inaugurou um colégio particular em Talatona, num
investimento superior a 20 milhões de euros. 13.08.2015 00:30 Passado um
ano sobre a queda do império Espírito Santo, começam a surgir sinais de onde
pode estar o dinheiro que levou à resolução. O primeiro país a deixar escapar as evidências é Angola. Os três mil
milhões de euros concedidos em empréstimos pelo BESA, liderado por Álvaro
Sobrinho, nunca tiveram destinatários identificados. Nem nunca o Banco
de Portugal recebeu resposta do Banco Nacional de Angola sobre a lista dos 10
clientes mais importantes do BESA em termos de concessão de crédito. Mas eis
que este ano, no meio da crise económica causada pelo descalabro dos preços do
petróleo, surge em Angola um importante empreendimento: o Colégio Angolano de
Talatona, um investimento de 23 milhões de dólares (cerca de 20,8 milhões de
euros) realizado por Marta dos Santos, irmã do presidente José Eduardo dos
Santos e sócia do português José Guilherme.
A infraestrutura,
inaugurada em janeiro, tem 43 salas de aula, pode albergar 1075 alunos e criou
112 empregos, a maioria dos quais ocupados por portugueses. As propinas mensais
variam entre os 1000 e os 1650 dólares (907 e 1496 euros). Marta dos Santos
estaria na lista dos 10 mais do BESA e seria uma das beneficiárias da garantia
estatal no valor de 5,7 mil milhões de euros. O BESA está morto e enterrado.
Deu lugar ao Banco Económico, controlado pela Sonangol, mas onde os chineses do
Lektron Capital já controlam 30%. O Novo Banco ficou reduzido 9,7% por
conversão dos 53 milhões de euros do anterior empréstimo concedido pelo BES.
Este último, convertido em ‘banco mau’ deu por inteiramente perdidos os 300
milhões de euros que detinha no capital do BESA. Os restantes acionistas também
não foram bem tratados. A Portmil, do general Kopelipa e que detinha 24% do
capital do BESA, perdeu a sua quota e a Geni, ligada a Isabel dos Santos, filha
do presidente José Eduardo dos Santos, ficou com uma participação reduzida de
19,9%.
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