19 novembro 2015
Washington - O ministro das Relações Exteriores de Angola
Georges Chikoti disse nesta quarta-feira em Washington que compete ao sistema
judicial decidir o futuro dos activistas acusados de rebelião e actos
preparatórios de golpe de Estado.
Fonte: VOA
Ao mesmo tempo, o ministro da justiça, Rui Mangueira
avistava-se com organizações de direitos humanos também para corrigir o que
chama de “desinformação” que rodeia o caso dos activistas.
Chikoti falava durante uma conferência no Centro Wilson e a
julgar pelas suas palavras e pelas declarações da embaixadora americana, Helen
la Lime, as relações entre os dois governos vão bem e há mesmo vontade mútuas
de as aprofundar.
O chefe da diplomacia angolana disse à audiência que, na
parceria estratégica entre os Estados Unidos e Angola, inclui-se não só
questões de segurança e economia, mas também de direitos humanos.
Georges Chikoti afirmou que o tema dos direitos humanos “é
vista como uma questão difícil, mas o Governo angolano está aberto à discussão”
e com vontade de melhorar em todas as áreas de interesse para ambos os lados.
“Acreditamos que algumas preocupações que os nossos
parceiros levantam relacionados com direitos humanos, democracia, liberdade de
imprensa são muito importante para o crescimento angolano”, reiterou.
Contudo, afirmou, esse crescimento deve ser feito a um ritmo
que pode ser controlado e deve ter em conta as realidades angolanas, como um
país que saiu uma situação complicada de guerra e a vontade de se manter a
unidade.
No que diz respeito concretamente à questão dos activistas a
serem julgados, Chikoti disse acreditar que o Governo teve razão em detê-los,
mas que agora compete ao sistema judicial decidir o seu futuro.
“O
julgamento começou portanto deixamos isso nas mãos do sistema judicial”, pediu
Chikoti que acrescentou: “Acreditamos que a decisão do sistema judicial será
ajusta mas devemos esperar pelo fim do processo legal.”
Por seu
turno, o ministro da justiça Rui Mangueira disse ter mantido conversações não
só com as autoridades governamentais americanas sobre diversos assuntos
internacionais incluindo direitos humanos, mas também com 25 organizações não
governamentais, incluindo a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch para
discutir a questão de direitos humanos.
Mangueira
disse haver muita “desinformação” não só sobre o caso dos activistas como sobre
o sistema judicial angolano e que nesse encontro, “a pedido do Governo
angolano”, prestou esclarecimentos não só sobre isso, mas também sobre os
detalhes do processo legal contra activistas acusados de rebelião.
“Esse
encontro visava dar a conhecer toda a legalidade do processo e nós explicamos
que em Angola as pessoas são julgadas nos termos da lei e ninguém pode ser
incriminado sem uma lei”, revelou.
“Acho que ficaram bastante satisfeitos com os
esclarecimentos que foram prestados”, concluiu o ministro da Justiça.