Rafael Marques de
Morais, 25 de Julho de 2016
Flávio Agostinho
Carizo, de 25 anos, foi torturado até à morte por agentes policiais, com a sua
esposa e alguns amigos a testemunhar o acto, como se de um espectáculo público
se tratasse. Por exemplo, depois de lhe amarrarem os testículos, os agentes
espremiam-nos a seu bel-prazer, entre outras atitudes de violência extrema.
Tudo aconteceu no mês passado, na 39.ª Esquadra do Bairro Kikolo, no Município
de Cacuaco. A unidade é conhecida como a Esquadra do Cauelele, e a tortura foi
infligida a cinco jovens; dois deles sobreviveram e encontram-se detidos em
Viana.
Reiteradas vezes
e de forma aleivosa, Rui Mangueira, o ministro da Justiça, tem informado a
comunidade internacional acerca da inexistência de violações dos direitos
humanos em Angola. Ora, Maka Angola reporta regularmente casos de tortura
policial. Talvez para o ministro a tortura contra cidadãos comuns seja apenas
mais uma das instâncias de “sofisticação” legal do poder que representa. Os
cidadãos não valem nada, só as mentiras e a arrogância dos dirigentes é que são
dignas de nota.