Mais de 4 mil
pessoas ficaram sem abrigo desde o passado dia 3 de Dezembro de 2014, quando
suas modestas residências, que alguém também chamou de casebres, foram deitadas
abaixo por máquinas demolidoras numa operação que teve intervenção conjunta da
polícia nacional e das FAA.
A operação,
alegadamente desenvolvida sob orientação do Senhor Tingão, Administrador do
Projecto residencial do Panguila adstrito ao município do Dande/Caxito, sede
capital da província do Bengo ocorreu no bairro Amor, uma pacata povoação que
cresceu vertiginosamente nos últimos quatro anos.
Os populares
apontam o dedo à uma senhora, criadora de gado na região conhecida por Joia
que, supostamente para proteger aquele espaço para pastorícia, terá
influenciado aquele Administrador do Projecto no sentido de desalojar os
populares aos quais acusa de ocupação ilegal de terras.
No entanto, o
pastor evangélico Mateus João, morador do bairro, que fora surpreendido pelas
máquinas por volta das 8 horas da manhã quando preparava o culto com seus
fiéis, defende que a população devia pelo menos ser avisada, uma vez que
Administrador do Projecto visitara aquele aglomerado no passado dia 28 de
Novembro, tendo garantido na ocasião que não ocorreriam demolições naquela
localidade, depois de questionado sobre o assunto que, segundo os populares, já
se ouvia a boca pequena.
Júlio Félix,
professor e activista cívico criticou a postura das autoridades uma vez que os
populares, se por ocupação ilegal ou não, vivem naquela localidade por mais de
4 anos e, segundo ainda o nosso interlocutor, as autoridades por meio dos seus
fiscais deviam em primeiro lugar evitar a suposta ocupação ilegal se esse for o
caso, de modos a se acautelar que os cidadãos sejam desumanamente desalojados
depois de instalados durante vários anos.
Para aquele docente, é tarefa
exclusiva do governo criar condições de habitação condigna para os cidadãos,
aliás, o actual executivo prometeu há já algum tempo construir 1 milhão de casas,
onde andam as prometidas casas?, questionou Júlio Félix.
A nossa
reportagem tentou sem sucesso contactar o citado mandante das demolições, no
caso o Senhor Tingão que tinha as suas instalações encerradas ao que supomos
ter fugido da fúria de mais de quatro centenas de populares que se reuniram na
sexta-feira 5 de Dezembro defronte à Administração do Projecto ou, como foi o
caso de quase todo o país, terá ido participar ao congresso extraordinário do
seu partido.
Por: Mário Nzogi
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