Ex-presidente
executivo do BESA Álvaro Sobrinho: "Dizer que este dinheiro saiu para
financiar o BESA não é verdade. O dinheiro ficou no BES Portugal".
Ricardo Salgado:
O ex-banqueiro disse que se foi apercebendo de que as coisas não estavam a
correr bem em Angola devido a relatos que lhe iam chegando, mas que só após a
saída de Álvaro Sobrinho da liderança executiva do BESA é que foi possível
perceber a dimensão do problema. De acordo com Salgado, é a nova comissão
executiva do BESA, que foi preparada por Amílcar Morais Pires, antigo
administrador financeiro do BES e o 'braço-direito' de Salgado, que "ao
fim de algum tempo consegue perceber o que se passa". E realçou: "Era
uma situação pavorosa e que ultrapassa tudo e todos". Questionado sobre a
dimensão da exposição do BES ao BESA, que ascendia a 3,3 mil milhões de euros,
Salgado sublinhou que "o BES era um banco que apoiava muitíssimo toda a
área das exportações".
Ex-administrador
do BES Joaquim Goes: O responsável disse que o banco desconhecia quem eram os
clientes finais dos créditos atribuídos pelo BESA. O banco angolano cedeu
empréstimos superiores a 5,7 mil milhões de dólares (cerca de 4,6 mil milhões
de euros ao câmbio atual), montante em local indefinido e que potenciou
problemas no GES e no BES. Joaquim Goes reforçou que o BESA tinha
"perfeita autonomia" e "nenhum indício" existia sobre
eventuais problemas na entidade, nomeadamente na carteira de crédito.
Presidente da
KPMG Portugal, Sikander Sattar: A auditora não considerou necessário ser feita
uma provisão sobre os créditos do BES ao BESA porque estes estavam abrangidos
por uma garantia do Estado angolano. "Em 2013, existia uma garantia
soberana [relativa ao crédito concedido ao BESA]. O próprio governador do BdP
disse na sua audição que a sua validade nunca foi posta em causa, mas sim a sua
elegibilidade para efeito de fundos próprios", afirmou o responsável.
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