Cabinda - Os advogados do presidente do
conselho provincial da Ordem dos Advogados Arão Bula Tempo, detido pelos órgãos
de defesa e segurança a 14 de Março, submeteram ontem, 26 de Março, um
requerimento de "habeas corpus" no qual exigem a libertação do
advogado detido por alegado crime contra a segurança do estado.
*José Manuel
Fonte: VOA
.Fonte: VOA
Os advogados
alegam que o requerimento é uma expressão jurídica constitucionalmente
consagrado para proteger Tempo que viu a sua liberdade infringida.
Eles consideram
que a sua detenção foi manifestamente ilegal, porquanto viola de forma
flagrante o artigo 63º da Constituição da República de Angola.
No momento da detenção, referem os advogados, não lhe foi exibido qualquer mandado de prisão ou detenção emitido por autoridade competente nos termos da lei, com a agravante de não ter sido efectuada em flagrante delito.
A providência
entrou no tribunal de Cabinda que deve, nos termos da lei, notificar
imediatamente a Procuradoria da República pelo facto de o advogado estar sob
sua guarda numa das prisões em Cabinda.
Catorze dias
depois da sua detenção nenhuma coisa mudou. Segundo os advogados de defesa, a
instrução que se requereu não trouxe nada de novo, daí a sua indignação pela
manutenção da prisão do presidente do conselho provincial da Ordem dos
Advogados por se basear em elementos infundados.
Recorde-se que
Arão Tempo foi detido no dia 14 de Março na fronteira de Massabi , Município de
Cacongo, em Cabinda, quando se dirigia para a vizinha República do Congo para
tratamento médico.
Desde a data da
sua detenção, nenhuma autoridade pública em Cabinda fez qualquer pronunciamento
sobre as razões da detenção do advogado.
Nas mesmas condições
encontra-se igualmente o activista dos direitos humanos Marcos Mavungo, detido
pelas autoridades por ter organizado uma marcha para protestar contra a alegada
violação dos direitos humanos e da má governação em Cabinda.
O seu processo
voltou igualmente para a instrução após o tribunal não ter encontrado elementos
suficientes para a sua condenação.
As autoridades
alegaram supostamente que os organizadores terão contado com apoio de países
estrangeiros com fins inconfessos, algo que pode levar a uma pena de prisão
entre 1 e 10 anos.
A polícia
nacional que os deteve nunca fez nenhum esclarecimento que justificasse uma
suposta colaboração com estrangeiros, tal como alegam no seu auto de notícias.
* Foto de
Bastonário da Ordem dos Advogados, Hermenegildo Cachimbombo
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire