O Secretariado do
Comité Provincial da UNITA de Luanda tomou conhecimento de um documento que foi
posto a circular em certas instituições do Estado aqui em Luanda, que contém
supostas orientações superiores que atentam contra os fundamentos da República de
Angola, contra a vida, contra a liberdade e contra a paz e a Reconciliação
Nacional em Curso.
Por conter
elementos de índole criminosa e constituir um sério atentado à República de
Angola, o Secretariado do Comité Provincial da UNITA vem denunciar e repudiar
publicamente o referido documento, bem como os seus objectivos, que são
essencialmente anti-patrióticos.
Quarenta e nove
anos depois de acesa a chama da liberdade, em Muangai, a UNITA rejubila-se com
os êxitos alcançados: vencemos a tirania, conquistamos a democracia,
participamos na fundação das Forças Armadas Angolanas, e lançamos os alicerces
para a luta política que visa a instauração efectiva de uma República e de um
Estado de direito democrático em Angola.
Precisamos agora
de resgatar da Pátria, a nossa casa comum, a casa que não exclui nenhum dos
seus filhos, mas este cominho parece ardiloso, porque o regime que se instalou
no poder há 40 anos, continua a recorrer a golpes, máscaras para se manter no
poder a todos o custo, incluindo a negação dos seus compatriotas.
Seja por via de
golpes constitucionais, seja por agressões aos direitos e liberdades
fundamentais dos cidadãos, seja por fraudes eleitorais ou por subversão da
democracia e do Estado de direito, o regime do Presidente José Eduardo dos
Santos, continua determinado a utilizar a democracia tutelada para agredir a
democracia, o capitalismo autoritário e primitivo para subverter a economia de
mercado e o Estado totalitário para subverter o Estado de direito.
Vivemos sob um
regime paradoxal, em que o Chefe do Executivo faz discursos contra a
intolerância e a violência política, mas as instituições que dirige o
desautorizam, promovendo homicídios, agressões físicas e verbais, roubos,
destruição de propriedade e outros crimes. E fazem tudo isso protegidos e
incentivados pela Polícia e pelo Partido-Estado, que são dirigidos e orientados
pelo mesmo líder.
Em democracia, o
poder não pode ser e nunca foi o mais elevado dos valores humanos e sociais,
buscado a qualquer custo e pelo qual se paga qualquer preço e, em relação ao
qual os demais valores são relativizados e instrumentalizados.
Por isso também
em democracia, a política não pode tornar-se uma questão de vida ou morte; de
amor extremado ou de ódio mortal; de liberdade ou opressão; de ganhar tudo ou
perder tudo; de verdade absoluta ou mentira absoluta;
A democracia
propõe-se a conciliar a liberdade e a autoridade. Isso implica arranjos de
poderes, direitos, princípios éticos e regras de comportamento, para que o seu
funcionamento e os objectivos que persegue estejam sempre e somente ao serviço
da liberdade política e da dignidade da pessoa humana.
Caros jornalistas,
Este é a nossa
visão das coisas e constitui o compromisso da UNITA, que nos faz andar todos os
dias apesar da estratégia demolidora do nosso adversário político que é também
o parceiro no processo que nos conduziu a paz que hoje desfrutamos, e que os
mesmos chamam para si a paternidade exclusiva.
Continuamos a
sonhar com um País moderno, dirigido com legitimidade e autoridade de líderes
sérios e não manchados com histórias de enriquecimento ilícito, quando o povo
morre de miséria. Um país livre, democrático e solidário. É para realizar este
sonho que a UNITA vai continuar a trabalhar. É nesse caminho que iremos colocar
Angola.
Ao contrário do
que se verifica hoje na administração do MPLA, no governo da UNITA haverá
espaço para todos, porque existem homens e mulheres de bem e de inegável
qualidade política em todos os partidos. E existem também homens bons e
necessários nas forças de defesa e segurança, na sociedade civil e noutros
sectores, fora dos quadros partidários. No nosso governo haverá espaço para
todos eles.
Que fique aqui
bem assinalado que no governo da UNITA não haverá revanchismo, vinganças
políticas nem perseguições individuais. Serão respeitados e defendidos os bens
pessoais, a integridade moral e a posição social de todos.
É essa atitude de
grandeza e de civilidade republicana, alicerçada em Muangai, de comprometimento
com a paz, voltada para o futuro e não para o passado, que permitirá que ocorra
em Angola uma mudança segura nas próximas eleições.
Vamos respeitar a
Constituição apesar da sua atipicidade. Vamos respeitar as leis. Vamos rejeitar
as provocações para não extremar o conflito. Vamos participar activamente nos
deveres da cidadania e evitar a todo custo que os angolanos naveguem novamente
nas águas turvas do ódio e da violência como parece ser o desejo daqueles que
não conseguem governar na paz.
A UNITA tornou-se
hoje um património nacional, garante do resgate da pátria e da conquista da
dignidade humana para todos os filhos de Angola.
Nessa qualidade,
a UNITA rejeita categoricamente o assédio da Direcção do MPLA de espalhar pelo
país a violência política, o ódio, a tirania e a corrupção, como formas de
competir pelo poder.
A UNITA reafirma,
para todo o povo angolano e perante o mundo, o seu compromisso irreversível com
a paz, a sua absoluta fidelidade às regras democráticas e à reconciliação
nacional.
A UNITA reafirma
igualmente o seu compromisso e a sua determinação de congregar os angolanos
para a mudança em 2017.
Viva a liberdade!
Viva a democracia! Viva a paz!
Luanda, 25 de
Março de 2015.
O Secretariado do
Comité Provincial da UNITA de Luanda
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