A eurodeputada socialista disse à Voz da América estar
ciente de que estão a ser feitos “todo o tipo de pressões” para a silenciar na
sequência de um relatório seu sobre os direitos humanos em Angola, que levou a
uma resolução do Parlamento Europeu. A referida resolução insta as autoridades
angolanas a “libertarem imediata e incondicionalmente todos os defensores dos
direitos humanos”.
O parlamento Europeu manifestou ainda a sua “profunda
preocupação com o rápido agravamento da situação em termos de direitos humanos,
liberdades fundamentais e espaço democrático”. em Angola.
“Já me chegaram ecos que estão a fazer uma campanha para que
eu seja eliminada nos media portugueses que investidores angolanos controlam”,
disse Ana Gomes, acrescentando que os deputados angolanos que participam em
Bruxelas numa reunião de parlamentares dos países da África e Caraíbas “pediram
uma reunião com presidente Martin Schulz para se queixarem de mim”.
Ana Gomes descreveu isso como “um absurdo” porque “a
resolução foi aprovada por 550 deputados de todas as formações partidárias
contra 14 votos negativos”.
“Nada disso me surpreende e me intimida”, disse Ana Gomes
que rejeitou acusações angolanas de ser tendenciosa e ter interesses escondidos
nas suas críticas à situação em Angola.
Ainda ontem numa reunião em Bruxelas das comissões
parlamentares da Europa e dos países da Africa e Caraíbas (ACP), o deputado
angolano Virgílio Fontes Pereira rejeitou a resolução e o relatório.
Ana Gomes negou as acusações do governo angolano de que o
seu relatório é subjectivo e tendencioso.
“Nunca pretendi que o relatório não fosse subjectivo”,
disse.
“É a minha leitura mas é uma leitura baseada em factos”
disse afirmando não crer que o documento seja “tendencioso”.
“Eu sou da família política do MPLA ,apoiei a entrada do
MPLA na Internacional Socialista e tenho a tendência de esperar do MPLA um
comportamento consentâneo com a matéria dos direitos humanos e respeito pelos
princípios democráticos”, notou a eurodeputada socialista.
“Não é isso que eu vejo infelizmente”, acrescentou
rejeitando também acusações de que o seu documento era “mal intencionado”.
“Não é mal intencionado, é de quem é amigo de Angola alguém
que quer Angola a respeitar os princípios constitucionais, os princípios do
primado da lei do respeito pelos direitos humanos e infelizmente vê o partido
no poder a fazer precisamente o contrário”, disse a eurodeputada para quem em
Angola para além das violações dos direitos humanos há uma “corrupção
desenfreada e roubo desenfreado dos recursos do estado que deviam ser postos em
serviços da população”.
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