A Acção
Para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA) e o Observatório Politico Social
de Angola (OPSA)promoveram no dia 15 do mês corrente, um debate público com
base no tema «A Proposta Do Orçamento Geral Do Estado /2016», que teve como
prelector, Belarmino Jelembi, diretor-geral da ADRA
Nauwick Tchilau*
O evento
visou recolher diversas contribuições sobre a temática no seio dos actores da
sociedade civil e organizar contribuições que sirvam de propostas para o
executivo da província, face à aplicação directa nos projectos direccionados
para a sociedade.
A actividade serviu também para que os participantes
experimentassem os mecanismos que permitem exercer o direito, dever e o
controlo do OGE, principalmente no âmbito da estratégia da diversificação da
economia nacional, sobretudo na província de Benguela.
Durante o debate público, os participantes concluíram que
existe uma discrepância nos orçamentos para cada município, visto que Benguela
fica com mais de 52% do OGE, em relação ao município do Lobito, que recebe
perto de 9%, seguindo-se o município da Catumbela com 8%.
Como solução, os participantes apontam a necessidade de
haver um maior investimento na educação, principalmente no ensino básico,
saúde e agricultura, assim como a descentralização efectiva do governo e uma
maior transparência das contas públicas.
Outra solução apontada foi a diversificação da economia no
seu todo, pondo de lado a independência do petróleo, apostar na indústria para
que se crie mais empregos, sobretudo na camada mais jovem, assim como, nos
próximos orçamentos, haja uma maior participação da sociedade civil em todos os
níveis do território.
Falando em exclusivo ao Semanário Angolense (SA), a
directora da ADRA em Benguela, Maria Victória, disse que o objetivo do debate
do OGE, visa esclarecer os cidadãos da província, como beneficiários do mesmo,
para que haja maior participação dos cidadãos no que se refere à execução da
coisa pública e a sua monotorização.
«Existem alguns aspectos que podiam ser melhorados no OGE,
há áreas que mereciam mais investimentos como a agricultura, sobretudo a
agricultura familiar; é necessário investimento, porque gera mais emprego e
consequentemente produz mais», frisou a directora.
Maria Victória, referiu que a ADRA fez um pré balanço das
suas acções realizadas no decurso deste ano, com um balanço positivo, visto
que foram concretizadas mais de 90% das actividades instituídas,
principalmente aquelas que contam com financiamentos externos que acabaram por
cobrir todos os projetos estruturados.
«A ADRA desenvolveu diversas actividades informativas como
debates, palestras, seminários e workshops, com temas sobre a lei de terras e
o ambiente», disse, tendo avançado que também trabalharam com o Ministério da
Justiça no que toca ao registo dos camponeses nas áreas rurais e com programas
de combate ao HIV-Sida, no âmbito da reintegração das pessoas com esta
patologia à sociedade civil.
Perante a abordagem da temática, o estudante do quarto ano
da faculdade de direito da UKB, Francisco Muteca, defendeu que não tem visto
grande diversificação na economia e também não vê desenvolvimento das
instituições públicas, por falta da cultura de prestação de contas.
Jorge Samuel, estudante do mesmo curso de direito da
referida faculdade, considera haver falta de produtividade nas instituições,
coisa que pode ser superada com maior eficiência e cobrança de impostos de
forma justa.
Em conferência de imprensa, o palestrante Belarmino Jelembi
disse que para a ADRA, é importante que o executivo opte cada vez mais pela
transparência das contas públicas, até porque a mesma é parceira do Estado em
várias esferas da sociedade civil, e defende um maior investimento para a
agricultura e educação, rematou
Para ele, a aplicação prática do orçamento destinado à
província, nos projectos feitos, devem merecer a participação das
comunidades, visto serem os maiores beneficiários e conhecerem melhor os
problemas e assuntos que constituem necessidades a serem solucionados. Em sua
opinião, o maior gasto na província vai para as despesas não justificadas, o
que não ajuda na transparência que se pretende alcançar, deixando sempre um
nevoeiro.
Participaram do debate público organizações da sociedade
civil, instituições públicas, Bancos, partidos políticos, entidades religiosas
e docentes da faculdade UKB.
(*)Em Benguela
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