Um jornalista do Financial Times investigou a corrupção
instalada nas capitais africanas, com Luanda em grande destaque. Aqui está o
capítulo dedicado a Angola.
Quando o FMI examinou
as contas nacionais de Angola, em 2011, descobriu que entre 2007 e 2010
desapareceram 32 mil milhões de dólares, uma soma maior do que o PIB de 43 dos
países africanos. A maior parte do dinheiro em falta podia ser imputada a
despesas não registadas da Sonangol; 4,2 mil milhões ficaram completamente por
justificar.
Um político veterano
do Futungo que se desentendeu com Kopelipa disse‐me que, se chegasse o dia da
queda de Kopelipa, «as pessoas na rua irão desmembrá-lo pelo que ele fez no
passado». Como chefe do
departamento militar da presidência, alguns até se atrevem a chamar‐lhe «o
chefe do boss».
Muito do
financiamento é feito sob a forma de crédito da China garantido pelo petróleo e
muito desse crédito é controlado por um departamento especial que o general
Kopelipa dirige há anos. «O país está a ficar com nova cara», diz Elias Isaac,
um dos ativistas de Angola na luta contra a corrupção. «Mas será que está a
ficar com uma nova alma?»
Calcula‐se que três em cada quatro habitantes de Luanda
vivam em bairros de lata conhecidos como musseques. Embora as condições
nalguns, como a construção precária em cima de lixeiras, sejam dramáticas,
Chicala e outros musseques centrais têm as suas vantagens. O trabalho, formal
ou informal, está à mão, nas zonas comerciais de Luanda.
«O dinheiro deles não está na
realidade em Angola. Negoceiam com os bancos em Portugal, no
Reino Unido, no Brasil, nos Estados Unidos. A única explicação que conseguimos
encontrar é que eles têm a bênção da comunidade internacional.»
http://observador.pt/especiais/a-pilhagem-de-africa-com-angola-em-destaque/
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