O chefe do
Estado-Maior General Adjunto para a Educação Patriótica das Forças
Armadas Angolanas (FAA), general Egídio de Sousa Santos,
acusou os movimentos
que lutam pela autonomia das Lundas, em Angola, de serem
geridos por "interesses
económicos"
e de actuarem como o líder da seita A Luz do Mundo, José Julino
Kalupeteka.
"Os autores desta iniciativa sabem que têm
nacionalidade e têm nome", disse o
general ao falar às tropas numa recente visita à Lunda Sul.
"Por causa da ganância
querem chamar-se independentistas e criar desestabilização
como criou Kalupeteca
na regiao sul", reiterou.
Na sua intervenção, o general Egídio de Sousa Santos apelou
ainda às populações
para se manterem vigilantes para o bem da paz e da
tranquilidade pública. "Temos
que nos manter vigilantes porque somos os baluartes da
paz", concluiu.
O líder de um dos grupos que luta pela autonomia da região,
Jota Filipe Malakito, da
Comissão do
Manifesto Jurídico Sociológico do Protectorado da Lunda Tchokwe,
disse que o
general tinha sido infeliz. "O senhor general foi infeliz e está a agir à
margem da
Constituição, e não pode comparar o Manifesto com o Kalupeteca para
poderem
matar", afirmou.
Por seu
turno, José Mateus Zecamutchima, do Movimento do Protectorado Lunda
Tchokwe, descreveu
as declarações de "muito graves e perigosas". Para
Zecamutchima,
estas declarações podem ser "o prenúncio de um plano do Governo e
das Forças Armadas" para criarem "um plano para
massacrar o povo da Lunda
Tchokwe e
depois imputarem a culpa no movimento do protectorado". "O processo
de
reivindicação nas Lundas é um processo civil, é um processo político e não
militar",
disse Zecamutchima, para quem o general demonstrou "não estar
informado"
ao dizer que há interesses económicos por detrás do movimento. "Não
há
mão escondida", garantiu Zecamutchima.
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