09 Jun 2015 Económico com Lusa
"Questão confidencial", alega governo de Pequim no
início da visita de seis dias de José Eduardo dos Santos à China.
A China anunciou hoje que vai ajudar financeiramente Angola
a "superar as dificuldades" criadas pela queda do preço do
petróleo" e consequente "diminuição das receitas do governo",
mas recusou precisar o montante da ajuda.
"Por enquanto vamos tratar isso como uma questão
confidencial", disse Lin Songtian, diretor dos Assuntos Africanos do
ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, num encontro com jornalistas após
a assinatura de vários acordos de cooperação bilateral, alguns dos quais
envolvendo o ministério angolano das Finanças.
A cerimónia decorreu num salão do Grande Palácio do Povo, em
Pequim, com a presença dos presidentes dos dois países, Xi Jinping e José
Eduardo dos Santos, respetivamente.
"Constatamos que neste momento Angola enfrenta
dificuldades criadas pela queda do preço do petróleo e a diminuição das
receitas do governo angolano", referiu Lin Songtian.
"Tanto o presidente Xi Jinping como o
primeiro-ministro, Li Keqiang, disseram que o governo chinês vai ajudar Angola
a superar as dificuldades por que está a passar e a diversificar a sua economia",
acrescentou.
Referindo-se as conversações entre os dois estadistas, que
precederam a assinatura dos acordos, aquele responsável chinês descreveu-as
como frutuosas, "produtivas" e "muito pragmáticas".
As relações sino-angolanas constituem "um bom exemplo
de cooperação", disse.
Eduardo dos Santos iniciou na segunda-feira uma visita de
seis dias à China, acompanhado por nove ministros.
Alem do
homólogo chinês, o presidente angolano já se encontrou com o primeiro-ministro,
Li Keqiang, e com o presidente da Conferencia Politica Consultiva do Povo, Yu
Zhengsheng.
O preço do
petróleo, uma das principais fontes de receita do governo angolano, caiu cerca
de 50% no último ano, afetando nomeadamente o valor das exportações de Angola
para a China, o maior cliente daquela matéria-prima.
No passado
fim de semana, o embaixador angolano em Pequim, adiantou que Angola e China iam
"um novo pacote financeiro", mas também não mencionou o respetivo
montante.
Num encontro com jornalistas angolanos, citado pela agencia
Angop, o diplomata salientou "o papel preponderante" da China na
reconstrução do seu país e disse esperar que Pequim "continue a ser um
parceiro estratégico nesta fase difícil de Angola".
Segundo o semanário português Expresso, Eduardo dos Santos
deslocou-se à China "em busca de um financiamento de 22.000 milhões de
dólares" para tentar resolver a "grave crise de tesouraria" da
petrolífera estatal Sonangol, como "o principal ?braço armado' da economia
de Angola".
Se o financiamento se concretizar, o volume de créditos
concedidos pela China a Angola desde 2004 subirá para 38.000 milhões de
dólares, disse o jornal, citando fonte diplomática em Luanda.
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