Huambo - O
Secretariado do Comité Provincial da UNITA no Huambo tomou conhecimento do teor
do Comunicado do Governo Provincial do Huambo, de 21 de Abril de 2015 e sobre o
qual torna públicas seguintes posições:
1‐Expressar em
nome de todos os seus membros, amigos, simpatizantes e povo angolano em geral a
sua repulsa pela forma gratuita, vergonhosa, cobarde, imoral e repugnante como
alguns círculos radicais do regime que, em desespero de causa, procuraram e
procuram em vão, tirar proveito político‐partidário da dor, do luto e desgraças
de outros.
2‐ Fazer das
palavras do Arcebispo de Saurimo e porta‐voz da CEAST, Dom José Manuel Imbamba,
nossas palavras:
“ Com alguma
apreensão estamos a notar que há um certo nervosismo no discurso político, uma
certa precipitação, uma certa arrogância e uma certa politização de tudo aquilo
que acontece no nosso País, e achamos que esta maneira de proceder cria,
também, de per si, um certo nervosismo no discurso social, no discurso do cidadão,
alguma impaciência também e alguns ressaibos de violência solta, e de modo que
isto nos deve preocupar verdadeiramente para sabermos ponderar, sabermos ser
mais prudentes, munirmos‐nos daqueles dons típicos da sabedoria divina,
sobretudo, procurar cultivarmos os sentimentos de paz, de unidade, os
sentimentos de reconciliação e de tudo aquilo que devemos fazer, devemos
pronunciar‐nos seja mesmo em defesa desses grandes valores e destas grandes
conquistas que o País tem que consolidar cada vez mais”.
3‐ É nossa
convicção que a democracia e a competição política se fazem com ética,
decência, elevação moral e respeito pelos adversários políticos, e não com
calúnias, mentiras, ódio, orquestração de provas e incitamento à violência. A
competição política não exclui a cooperação no interesse nacional que é a Paz,
a Democracia, a Segurança Nacional, a Unidade e Coesão Nacionais; a competição
política não exclui o dever de contribuição, solidariedade e tratamento igual
dos actores partidários pelos agentes do Estado.
4‐ Reafirmar de
forma inequívoca que José Kalupeteka não é e nunca foi membro da UNITA, nem
ex‐militar das FALA. Kalupeteka foi membro activo da Igreja Adventista do 7o
Dia, da qual foi excomungado aos 2 de Fevereiro de 2001. Kalupeteka foi um dos
mais radicais activistas do regime que fez campanha política aberta pelo
partido no poder nas eleições de 2008 e 2012.
5‐ Não foi o
Secretário Provincial da UNITA que patrocinou o 1o disco de Kalupeteka. O povo
do Huambo sabe quem foi o patrocinador. Não foi o Secretário Provincial da
UNITA que a 27 de Setembro de 2014 recebeu o líder da seita fundamentalista e
ilegal, José Kalupeteka. Não foi o Secretário Provincial da UNITA que visitou
Kalupeteka e seus fiéis no seu acampamento ilegal. Não foi o Secretário
Provincial da UNITA que ofereceu uma viatura ao Sro José Kalupeteka enquanto
chefe da seita ilegal. Não foi o Secretário Municipal da UNITA na Caála que
aparece sentado ao lado do líder da seita fundamentalista e ilegal. Não foi o
Secretariado Provincial da UNITA que autorizava a TPA a fazer cobertura das
actividades ilegais da seita ilegal e fundamentalista de José Kalupeteka.
6‐ Por duas
ocasiões (2013 e 2014), o Secretariado do Comité Provincial da UNITA no Huambo
alertou as autoridades que seguissem com atenção as atitudes da seita de
Kalupeteka. Na altura chamamos atenção sobre quatro questões principais:
a. A vandalização
dos “Akokotos” (lugares tradicionais sagrados, onde são conservados os crânios
dos antigos reis e sobas) na Comuna do Sambo Município de Chicala Cholohanga,
Jamba Chinheny e Jamba Nondolo no Município do Kachiungo e Chingolo na Comuna
da Katata Município da Caála.
b. Impedir as
crianças de ingressarem no sistema de educação e ensino oficial.
Impedir as
crianças de serem vacinadas.
Impedir o
recenseamento dos seus fiéis.
Na altura
alertamos que as práticas desta seita se assemelhavam a de alguns grupos
fundamentalistas, como o Exército de Libertação do Senhor no Uganda e o BOKO
HARAM na Nigéria, todos eles impediam as crianças de estudarem para depois
serem usadas como crianças soldados. Na altura, os nossos pontos de vistas não
foram tidos em conta, porque Kalupeteka tinha um relacionamento privilegiado
com as autoridades locais e dirigentes do Partido no poder, como provam as
imagens que gentilmente a TPA exibiu.
7‐ Um Governo
Provincial que não entende e nem conhece os limites formais e materiais da
separação de poderes e inter‐dependência de funções; um Governo Provincial que
em 13 anos de Paz não cumpre os ditâmes da Constituição, nem sabe que o Estado
exerce a sua soberania sobre a totalidade do território angolano, que
compreende, neste caso, a extensão do espaço terrestre, portanto, um Governo
Provincial que não sabe que já não existem bases da UNITA ou áreas da UNITA; um
Governo Provincial que não sabe distinguir convicções político‐ideológicas e
liberdade de consciência, de religião e de culto de pessoas; um Governo
Provincial que não sabe o que são papéis sociais, que a vida das pessoas se faz
nas organizações e uma pessoa pode ser ao mesmo tempo membro de um partido
político, membro de uma igreja e sócio de um clube desportivo; um Governo
Provincial que não conhece as tarefas fundamentais do Estado nem as
competências essenciais dos Órgãos da Administração Local do Estado; um Governo
que não sabe o que é governar, pois governar pressupõe ter visão estratégica
(saber prever), ter sensibilidade política, social e humana, ter vontade
patriótica e não vontade partidária; governar é ter abertura de espírito entre
muitos factores; um Governo que faz propaganda e intriga partidárias, falsas
acusações, declarações caluniosas despropositadas e injuriosas contra um dos
seus governados; um Governo que se reduz a um Comité de Acção Partidária (CAP),
um Governo que não sabe assumir suas responsabilidades políticas, e procura
culpados dos seus fracassos e erros; um Governo que não sabe gerir os
interesses das comunidades, antes exclui, discrimina e ofende a moral pública
com aproveitamento político em momentos de dor; na nossa opinião e
objectivamente falando, no mínimo, por razões de ética política e integridade,
o Governo Provincial devia demitir‐ se!
8‐ Por
negligência e incompetência de certas autoridades do Estado, o País voltou a
conhecer mais um dia triste de má memória, desta vez uma Quinta‐Feira
Sangrenta. O Secretariado do Comité Provincial da UNITA no Huambo reitera o
firme, inabalável e irreversível comprometimento da UNITA com a Paz, a
Democracia, a Tolerância, o respeito pelos adversários políticos e o respeito
pela Constituição e pela Leis.
9‐ O Secretariado
do Comité Provincial da UNITA no Huambo renova o seu apelo às autoridades
competentes do Estado para que os autores, quer morais, quer materiais, desse
hediondo crime sejam levados à justiça.
10‐ O
Secretariado do Comité Provincial da UNITA reafirma o seu repúdio e condenação
veemente do bárbaro assassinato de 9 efectivos da Polícia Nacional e reitera a
expressão da mais viva solidariedade às famílias das vítimas, ao Comando
Provincial da Polícia Nacional e ao Ministério do Interior.
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire