Apresentação da Candidatura de Isaías Henrique Ngola
Samakuva ao cargo de presidente da UNITA para o mandato de 2015 a 2019
Companheiros Membros da Direcção da Nossa Gloriosa UNITA,
Aos veteranos da luta pela independência e pela democracia,
Às nossas companheiras da LIMA,
Aos nossos companheiros da JURA,
À todos os mais velhos,
Aos estimados membros e simpatizantes da UNITA,
Aos amigos da UNITA,
Angolanas e angolanos:
Começo por agradecer e saudar a presença de todos quantos se
dignaram honrar-nos com a sua presença neste mesmo lugar onde, há quatro anos
atrás, tivemos a ocasião de apresentar a nossa candidatura para o ciclo que
vamos encerrar dentro de pouco tempo.
Apresento-me diante de vós neste dia 23 de Outubro de 2015
para responder de forma positiva e definitiva às vossas cartas, às vossas
inquietações e aos vossos apelos: Vou candidatar-me à eleição do Presidente da
UNITA para o próximo mandato que começa em Dezembro 2015 .
Candidato-me a esta eleição tendo como lema UNIDADE E ACÇÃO
PARA A VITÓRIA EM 2017, porque todos juntos e unidos podemos concluir a missão
de preparar a UNITA para disputar a vitória nas eleições gerais de 2017.
Candidato-me a esta eleição para ter a oportunidade de
apresentar aos angolanos, no tempo devido, a minha visão sobre a materialização
efetiva da mudança em Angola.
A Constituição da República, o sistema político angolano e
os Estatutos da UNITA transformam este facto político numa candidatura dupla,
porque ser eleito Presidente da UNITA significa tornar-se o candidato da UNITA
à eleição do Presidente da República de Angola.
E faz sentido. Faz sentido porque a UNITA não é um fim em si
mesmo. A UNITA é um meio para se atingir um fim. O fim último da UNITA hoje é a
implementação do programa de Muangai, o que significa alcançar o Poder para a
instauração em Angola de uma verdadeira República, cujo objetivo é a construção
de uma sociedade justa, democrática e solidária que realiza as aspirações de
liberdade e dignidade da pessoa do angolano.
Não há poder na UNITA nem em qualquer outro partido político
democrático, porque o poder é qualidade ou atributo do Estado, quer no plano
sociológico, quer no plano jurídico. A UNITA é uma entidade privada, uma
máquina eleitoral, que concorre para a formação da vontade popular visando
disputar regularmente, em ciclos eleitorais democráticos, o exercício do poder
do Estado. Ela propõe-se a utilizar o poder do Estado, e não o dela, para
servir Angola e os angolanos por via da realização do seu programa.
Maninhas e maninhos.
Aros compatriotas:
Com esta candidatura, respondo positivamente aos vossos
apelos e anseios, porque partilho da vossa convicção de que, como a mudança
está a chegar, o trabalho de preparação da UNITA para disputar a vitória nas
eleições gerais de 2017 precisa de ser concluído pela mesma equipa que o
iniciou, aquela que causou a mudança.
A UNITA causou a mudança de modo silencioso, mas decisivo,
durante os últimos anos, quando alterou decididamente tanto a natureza do
conflito como os sujeitos em conflito.
Hoje, as partes em conflito não são mais o MPLA e a UNITA.
Existe sim, um sério conflito sociopolítico entre o regime do MPLA e o povo
soberano de Angola.
Hoje já não temos no país dois partidos-estados. Temos
apenas um: chama-se MPLA. Hoje já não há em Angola duas entidades a
responsabilizar pela violação dos direitos humanos. Temos apenas uma: o Governo
da República de Angola dirigido pelo MPLA.
A UNITA tornou-se uma força política pacífica, promotora e
defensora da democracia, dos direitos humanos, da soberania popular, do Estado
de direito e da boa governação. A UNITA é hoje o principal factor da
estabilidade em Angola.
Os angolanos sentem-se seguros com a UNITA; os que haviam
abandonado, vão regressando um a um. Os que contavam com o fim da UNITA, hoje
rejubilam de novo ao lado dos que permaneceram e passaram a acreditar de novo
no Projecto de Muangai. Os angolanos estão, finalmente, preparados para dar à
UNITA a oportunidade de governar Angola. E nós estamos preparados para governar Angola.
Não foi
fácil. Chegamos até aqui pagando um preço muito elevado. Fomos vítimas de
intolerância, discriminação e exclusão na nossa própria terra. Perdemos
dezenas de companheiros que foram barbaramente assassinados em tempo de paz só
para intimidarem as pessoas e induzirem a UNITA a responder da mesma moeda. Não
caímos nessa ratoeira.
Engendraram centenas de actos de repressão e de intolerância
política e criaram um quadro de privação das liberdades para instalar o medo e
impedir os cidadãos de exercer os seus direitos políticos. Enganaram-se, porque
o feitiço virou-se contra o feiticeiro. E o povo despertou
finalmente e compreendeu a real natureza do regime e quão
enganosa foi a propaganda a respeito da UNITA.
Tudo isso só foi possível porque a UNITA está determinada a
fazer triunfar em Angola o regime democrático, que é o regime político da paz.
Estamos determinados a manter a paz e a nunca mais permitir que nos tirem a
paz!
Privaram-nos do uso e usufruto do nosso próprio património e
excluíram os nossos membros das oportunidades de desenvolvimento económico, só
para impedirem o nosso crescimento. Ainda assim, crescemos todos os dias.
Cortaram-nos o acesso justo e igual à comunicação social
pública e fizeram recurso a duas fraudes eleitorais, só para impedirem a
concretização da vontade nacional de mudança. Enganaram-se, porque graças ao
dedicado e persistente trabalho de mobilização de todos vós, hoje, em todos os
cantos do país, a vontade de mudar é mil vezes superior ao medo da mudança.
Prezados companheiros:
Angola aproxima-se de um momento histórico e a UNITA tem um
papel importante a jogar para garantir a transição para uma mudança estável.
Isto sucede porque iniciamos há algum tempo a construção dos
fundamentos para a mudança em Angola. Este processo, que tem envolvido um
franco diálogo nacional, tanto aberto como discreto, está a dar os seus frutos.
E agora, é chegado o momento de iniciar a fase conclusiva desta missão
patriótica na unidade e na Acção.
Estamos empenhados numa mudança profunda, pacífica e
inclusiva, construída sobre valores morais, sem nenhum preconceito ou
sentimento de vingança.
Esta mudança é para incluir todos; empresários e
trabalhadores, investidores e desempregados, ricos e pobres, os que talvez
simpatizem connosco e os que não gostam de nós, todos, incluindo os nossos
adversários de ontem. Mudança baseada na reconciliação, na promoção da
dignidade humana e na justiça social para todos.
Momentos como este, são utilizados, normalmente, para
exprimir intenções, acompanhadas de promessas do que se fará caso seja eleito.
Creio que o trabalho por nós conduzidos e realizado ao longo do tempo que nos
mantivemos à frente do partido, é suficiente para nos isentar desta prática.
Não faltaram, certamente, algumas lacunas. Porém, a vontade de fazer mais e
melhor, já manifestada, observada e provada por militantes, membros e quadros
do partido bem assim como por observadores que se interessam pelo que se passa
no nosso País, é motivo suficiente para garantir que com unidade e acção,
possamos conduzir com êxito a luta dos angolanos para a vitória em 2017.
O caminho que já percorremos é longo. Neste percurso
construímos uma base sobre a qual a nossa casa comum, a UNITA, deve passar a
albergar todos os angolanos, independentemente das suas origens étnicas,
raciais, religiosas ou políticas, no sentido de sensibilizá-los, mobilizá-los e
galvanizá-los para as tarefas do processo da mudança.
De facto, a mudança que todos almejamos não visa apenas militantes
da UNITA. Ela deve ter uma motivação nobre e tem de estar ao serviço do fim
maior. E o fim maior na política é a Paz social, é a luta contra as desigualdades, é a afirmação da justiça social, é o combate
contra a pobreza, é vida digna para todos os angolanos.
Precisamos
de sair decididamente do quadro actual de repressão, corrupção, arrogância e
incompetência governativa, que tanto tem manchado o nome e a reputação do nosso
país em África e no resto do mundo. Precisamos de afirmar Angola como uma boa
cidadã do mundo.
Este é um dos objetivos da minha candidatura para a
presidência da UNITA e da República de Angola.
Companheiros:
Para desempenhar com eficácia o papel de garante das
liberdades e do regime democrático que a história lhe incumbiu, a UNITA precisa
de continuar a construir pontes, apelando ao espírito de convergência para
eliminar os preconceitos, consolidar a confiança, aprofundar o seu conhecimento
dos problemas dos vários sectores da sociedade e aproximar as pessoas, para
melhor poder servi-las.
Os problemas que o país enfrenta são tão grandes e tão
diversos que só poderão ser equacionados no quadro do mais amplo e abrangente
consenso nacional sobre a Agenda Nacional para a Mudança.
Tal quadro, naturalmente, ultrapassa tanto as fronteiras
partidárias como os mandatos governativos. Utiliza o saber e a energia de todos
para salvar a Pátria, estimular a criatividade, construir instituições
democráticas sólidas e promover a solidariedade nacional.
Ao concluir a apresentação desta candidatura, gostaria:
1 – Reiterar os meus agradecimentos pela presença de todos
que responderam amavelmente ao nosso convite;
2 – Agradecer todos os que me apoiaram e encorajaram a tomar
esta decisão. A nossa decisão representa um desafio que só com redobrado esforço
e empenho será vencido.
3- Agradecer a Inês, a minha companheira inseparável, pelo
apoio, carinho e compreensão que me tem dispensado.
4 - Agradecer a companheira Albertina Navita Ngoloo que
aceitou ser mandatária da minha candidatura e o companheiro Rafael Massanga
Savimbi por ter aceite ser Director da minha campanha.
5 - Saudar as candidaturas já anunciadas dos meus
companheiros, o Deputado Lucamba Paulo Gato e o Deputado Abílio Kamalata Numa,
na expectativa de que o seu contributo seja útil para o debate de ideias e para
a afirmação de estratégias que concorram para a prossecução do programa da
UNITA e o alcance dos seus objectivos.
Estou convencido que a Comissão Eleitoral criará as
condições para a realização de debates bilaterais, em nome de um confronto de
ideias informativo e construtivo, para o qual convido desde já os meus colegas
candidatos à eleição.
Na unidade
e na acção, vamos todos preparar a UNITA para disputar a vitória em 2017.
VIVA A
MEMÓRIA DO SAUDOSO PRESIDENTE FUNDADOR DR JONAS MALHEIRO SAVIMBI.
VIVA A UNITA
VIVA ANGOLA
Muito obrigado
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