Uma vigília espontânea foi realizada dias 8 e 9 de Outubro
de 2015, na Igreja Sagrada Família, em Luanda, para exigir a liberdade dos
activistas detidos no processo dos 15+ 1, há mais de 100 dias, e chamar atenção
do governo angolano para o estado debilitado de saúde de Luaty Beirão, que
completou na passada sexta-feira, 9 de Outubro 19 dias de greve de fome, em
protesto contra a sua prisão, e a de seus colegas.
Várias personalidades de diferentes estratos sociais, como
crianças, mulheres, jornalistas, familiares dos presos políticos, membros do
Movimento Revolucionário, influentes personalidades da sociedade civil,
começaram a concentrar-se no local às 19 horas, com velas acesas, para pedir,
também, a mão de Deus na vida do activista Luaty Beirão, que se encontra em
situação grave de saúde.
Nelson Pestana Bona Vena, que esteve presente na vigília,
manifestou grande preocupação pelo estado de saúde em que se encontra Luaty
Beirão. O político responsabiliza o Presidente da República e as autoridades
governamentais pelo que vier a acontecer contra a vida do activista.
"Nós estamos aqui, porque, como foi descrito agora,
pelo Adão Ramos, a situação é muito grave. A situação já não é uma questão
judicial, é uma situação humana, e as autoridades têm toda responsabilidade,
naquilo que possa vir a acontecer a Luaty Beirão. O Luaty Beirão está há 18
dias em greve de fome, está num estado de saúde deplorado, como se disse aqui.
O importante agora é salvar uma vida. Não é uma pressão sobre o processo, é
apenas pressão sobre as autoridades para que mudem o Luaty de Kalomboloka para
o hospital prisão", explicou o político bloquista.
Bonavena acredita, ainda, no bom senso dos dirigentes
angolanos em salvar a vida do jovem.
"Eu quero acreditar que as autoridades vão assumir as
suas responsabilidades e vão procurar salvar a vida do Luaty, até porque, se o
querem julgar, têm que o ter vivo. A não ser que queiram fazer uma execução
sumária, através desse acto. Se o Luati morrer é como se fosse tiver sido
executado sumariamente, sem qualquer tipo de julgamento. Por isso, eles são
responsáveis" afirmou Bonavena.
O político do Bloco Democrático, apela todas as forças vivas
do país e os angolanos em geral, a exercerem pressão sobre o executivo
angolano, com vista a garantir a liberdade incondicional, e alerta que uma
eventual morte de Luaty Beirão, constitui peso de consciência para todos
angolanos, e não apenas ao Presidente da República.
"Vamos participar na defesa de Luaty, dos outros
detidos. Mas o problema
urgente, agora, é a vida do Luaty. E, toda pressão deve ser feita no sentido de
salvar o Luaty. Toda gente, em fóruns transparentes, movam influências, façam o
que poderem. As lideranças políticas deste país não podem ficar com o peso da
morte de Luaty nas suas consciências. Porque se isso acontecer, não vai
ser só responsabilidade de José Eduardo dos Santos e de todas as autoridades
políticas deste país, mas também, com peso na consciência colectiva de todos
nós", aconselhou o politólogo.
Louvores, Orações e palavras de conforto, marcaram a vigília
que exigiu a libertação incondicional dos jovens activistas e atenção do
governo sobre a saúde de Luaty Beirão.
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