quarta-feira, 01 Julho, 2015. 02:13 UTC
Departamento de Estado americano divulgou quinta-feira, 25,
o Relatório sobre os Direitos Humanos no Mundo referente a 2014, que regista
abusos cruéis, excessivos e castigos
degradantes, como tortura e espancamentos, em Angola.
Mortes ilegais por parte da polícia e de outros agentes de
segurança, restrições à liberdade de culto, de associação, de expressão e de
imprensa e impunidade à corrupção pintam a situação dos direitos humanos em
Angola.
Anda de acordo com o Departamento de Estado americano, em
2014, registaram-se vários outros atropelos aos direitos humanos, como a
privação arbitrária ou ilegal da vida, más condições nas cadeias e
potencialmente fatais, prisões e detenções arbitrárias, prisões preventivas
prolongadas e impunidade dos violadores do direitos humanos.
O relatório cita ainda a ineficiência da justiça, à qual
acrescenta a inexistência de processos legais em muitos casos que envolvem
opositores ao regime, bem como a invasão da privacidade de cidadãos e despejos
forçados de moradores sem qualquer remuneração.
Ao analisar o trabalho das organizações não governamentais,
apesar de reconhecer a existência de muitas, o Departamento de Estado americano
destaca as várias restrições que lhes são impostas, entre elas dificuldades
para se registarem como tais.
Em muitas ocasiões, o Governo de Luanda não respeitou a lei
e “restringiu de forma arbitrária as
actividades das ONG”, como, por exemplo, ao impedir que elas observassem
as actividades do censo da população realizado no ano passado.
No entanto,
diz o relatório, o Executivo “favoreceu as organizações ligadas ao Governo e
negou a permissão para outros consideradas críticas das iniciativas
governamentais”.
No campo
político-partidário, em geral, afirma o Departamento de Estado, os partidos da
oposição foram autorizados a organizar e realizar reuniões, mas vários
dirigentes continuam a relatar obstruções ao livre exercício dos partidos. Por
exemplo, vários membros foram ameaçados se participassem em reuniões dos
partidos da oposição.
As mulheres continuam a ser discriminadas e alvo de
violência, as crianças são vítimas de abusos, o tráfico de pessoas continua a
ser uma realidade em Angola, onde os direitos dos trabalhadores continuam a ser
limitados e há registo de trabalho forçado.
No capítulo
da corrupção, o Relatório sobre os Direitos Humanos no Mundo em 2014 do
Departamento de Estado americano considera haver uma cultura de impunidade e
corrupção governamental generalizada em Angola.
Apesar de
algumas medidas tomadas para processar
ou punir funcionários que cometeram abusos nessa área, “elas têm sido muito
incipientes e incapazes de impedir” a corrupção, segundo a imprensa e
relatórios de organização não governamentais.
A nível da
liberdade de imprensa, o Departamento de Estado concluiu que apenas dois meios
de comunicação estão fora da área de influência do Governo e só os órgãos
públicos de rádio e televisão têm autorização para chegar a todo o país.
Há pressões
de todo o tipo, económicas e outras, o Governo controla a agenda da imprensa,
os jornalistas recorrem à autocensura para evitar represálias e os que têm
criticado o Governo têm sentido na pele as consequências.
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