Sonangol, banca, sucessão...Acumulam-se as dores de cabeça para o Presidente ao fim de 38 anos no poder
José Eduardo dos Santos iniciou esta semana as suas
tradicionais férias em Espanha, levando uma mala cheia de problemas. Se é
prioritário sanear a Sonangol, essa não é a única dor de cabeça do Presidente
angolano. Com a falência técnica do Banco de Poupança e Crédito - equivalente à
Caixa Geral de Depósitos de Portugal - o sistema bancário treme e pode asfixiar
o funcionamento de muitas empresas e atrapalhar a vida de milhares de
depositantes.
Com 38 anos de poder e a caminho dos 73 anos de idade, José
Eduardo dos Santos, começa a dar sinais de fadiga e não esconde a sua
inquietação em relação ao amanhã.
A sua sucessão, que sempre foi gerida como um tabu, volta
agora a marcar a agenda política angolana, embora muitos já se tenham
conformado com o facto de que, em 2017, mais uma vez, o Presidente "vai
querer saír, ficando"...
Em circulos afectos ao MPLA, admite-se que o abandono da
Presidência da República pode vir a consumar-se, mas para garantir a apólice de
seguro do regime, Eduardo dos Santos permanecerá como lider do partido
governamental em Angola.
Quem não acredita neste cenário é António Tomás, respeitado
analista político. "Muita gente anda assustada e como há crise, Dos Santos
cria uma situação de pânico e fala da sucessão" - diz aquele professor
universitário. E acrescenta: "No estado actual das coisas é normal que muitas
pessoas, sobretudo mais próximas do poder, lhe peçam de joelhos que continue.
Ele só não quer é dar a impressão que está a forçar a sua permanência no
poder"...
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