Fonte: DN29/06/2015
Empresas da construção civil que funcionam em Angola estão a
ser obrigadas a redimensionar-se para se ajustarem à crise no país.
A crise angolana está a fazer algumas empresas portuguesas
do setor da construção civil trazer os trabalhadores de volta para Portugal,
avança esta terça-feira o Jornal de Notícias. A crise, que começou em janeiro,
tem como causa a queda nas receitas do petróleo, e fez com que o governo
angolano travaesse algumas obras. Três mil trabalhadores já regressaram, e o
Sindicato da Construção em Portugal diz que "muitos mais se
seguirão".
O dirigente do Sindicato da Construção em Portugal, Albano
Ribeiro, está preocupado com o impacto que este regresso poderá ter no
desemprego em Portugal. "O número de pessoas a regressar vai triplicar, e
só algumas empresas, das que têm obras noutros países como Alemanha e França, é
que estão a reorientar o seu pessoal", disse ao Jornal de Notícias.
Algumas empresas que tinham salários em atraso em abril,
situação denunciada pelo sindicato, estão a rectificar essas situações mas a
retirar os seus trabalhadores de Angola devido ao atraso ou cancelamento de
obras, como é o caso da empresa ACA, que fez regressar 150 trabalhadores.
Ao JN, o presidente da Mota-Engil, António Mota, disse
apenas que, não podendo dar dados exatos sem alguns dias para os preparar, uma
coisa era certa: "Sábemos é que não vamos crescer em Angola".
Uma questão que se coloca às empresas portuguesas que têm
atividade em Angola é a duração desta crise. "As empresas portuguesas
continuam a ver Angola como um projeto a longo prazo e, perante esta crise,
muitas redimensionaram-se para aguentar, mas por quanto tempo?" pergunta
Reis Campos, da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário.
Reis Campos afirma que a disponibilização, em julho, de uma
linha de crédito para as empresas que funcionam em Angola vai renovar a
confiança dos fornecedores. A linha de crédito chega aos 500 milhões de euros.
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