13 de Abril 2016, Quarta-feira
Nuno Dala
completava esta terça-feira o 34º dia de greve de fome
Por Rita Salcedas
Publicado:
12.04.2016
O Vice presidente da UNITA, Raúl Danda, garante, na sua página de Facebook, que
Nuno Dala terminou, esta terça-feira à tarde, a greve de fome que iniciou a 10
de março, depois de ter visitado o hospital-prisão de São Paulo. Raquel Chiteculo,
mulher de Nuno Dala, não confirma a informação.
Uma delegação de
membros da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA)
reuniu-se esta terça-feira ao início da tarde com Nuno Dala com vista a pôr fim
à greve de fome que o mesmo levava há 34 dias. De acordo com uma mensagem
partilhada pelo dirigente do partido, Raúl Danda, o objetivo terá sido
cumprido. Na sequência de um apelo “enquanto mães”, por parte das deputadas da
UNITA que o visitaram, Dala terá renunciado à greve de fome.
Ao JPN, Raquel
Chiteculo, mulher de Nuno Dala, afirmou não ter ainda uma confirmação sobre o
assunto. A esposa do ativista vai amanhã visitar Nuno Dala e só aí saberá com
certeza a veracidade da informação.
O JPN ouviu ainda
Nelson Pestana, membro do partido Bloco Democrático, que avançou que Filomeno
Vieira Lopes, presidente do BD, recebeu do ministro do Interior de Angola,
Ângelo Tavares, a confirmação da informação, acrescentando que Nuno Dala vai
fazer uma série de exames esta quarta-feira na Girassol, a clínica privada em
que Luaty Beirão esteve internado. Terá sido ainda assegurado a Nuno Dala a
restituição dos bens que reclamava.
Nelson Pestana
alude, contudo, a algumas “contradições” na informação, dando conta que a irmã
de Nuno Dala terá recebido uma mensagem com a informação de que o ativista
tinha ficado de pensar na proposta da UNITA e ainda não a teria aceite.
A visita segundo
Raúl Danda
No início da
tarde desta terça-feira, Nuno Dala recebeu, no hospital-prisão de São Paulo,
uma delegação constituída por quatro deputados do grupo parlamentar da
UNITA. O presidente Raúl Danda e os
deputados Anita Raquel Filipe, Maria de Luísa Andrade e Elioth Ekolelo
começaram por reunir com o diretor do Serviço Penitenciário de Angola, António
Fortunato, que já tinha tentado “demover” Dala da greve de fome, segundo
declarações do próprio à Lusa. No seguimento dessa reunião, deputados da UNITA
e agentes prisionais encontraram-se com o ativista condenado a quatro anos e
seis meses de prisão, para ouvirem as suas “queixas” contra o regime.
De acordo com
Raúl Danda, o ativista apresentava-se “fisicamente fraco, mas moralmente forte
e bastante lúcido”.
Nuno Dala
completa esta terça-feira 34 dias de greve de fome. O quadro clínico do
professor universitário de 31 anos agravou-se com o diagnóstico de paludismo e
de perturbações pulmonares, que se juntam a outras patologias.
A greve de fome
que Nuno Dala, um dos arguidos do processo 15+2, iniciou a 10 de março pode
trazer-lhe “lesões irreversíveis”, segundo os médicos.
Artigo editado por Filipa Silva
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