Lusa | 06 Abril 2016, 22:54
Reuters
A União Nacional
para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição
angolana, disse que o pedido de ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI)
"reflecte desespero" do Governo.
O porta-voz da
UNITA, Alcides Sakala, reagiu esta quarta-feira, em declarações à agência Lusa,
ao pedido de assistência feito por Angola ao FMI na aplicação de políticas
macroeconómicas e reformas estruturais que diversifiquem a economia e respondam
às necessidades financeiras.
"Entendemos
que há de facto desespero da parte do executivo angolano, que é penalizado pela
falta de transparência e pela forma danosa como geriram os dinheiros que
pertence a todos nós", disse Alcides Sakala.
Segundo o porta-voz da UNITA, do ponto de
vista político, o Governo angolano - liderado desde 1975 pelo Movimento Popular
de Libertação de Angola (MPLA) - perdeu toda a credibilidade a nível interno e
internacional.
Para o político, esta falta de confiança
relativamente às instituições nacionais leva a estas reservas da comunidade
internacional, "que agora pensa duas vezes antes de se engajar com o
Governo angolano".
"A situação que o país está a viver agora
resulta da má gestão, porque quando o petróleo estava em alta a UNITA foi
fazendo recomendações muito importantes, que não foram acatadas naquela
altura", salientou Alcides Sakala.
Recordou ainda que os empréstimos do FMI têm
regras, essencialmente a transparência, e o acompanhamento por aquela
instituição da gestão desses financiamentos.
"Portanto, o futuro vai ser
mais difícil, não há confiança e toda esta conjuntura é indiciadora da
necessidade de se fazerem mudanças políticas em Angola, na perspectiva da
mudança da equipa", destacou Alcides Sakala.
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