Lisboa - Compra
da portuguesa Efacec criou dúvidas na Comissão Europeia. Empresária voltou a
dizer, desta vez ao Wall Street Journal, que não tem acesso a dinheiro do
Estado.
Fonte: Publico
Em mais uma tentativa para dissipar sombras sobre a origem da sua fortuna, a empresária angolana Isabel dos Santos, filha do Presidente de Angola e que tem vários interesses económicos em Portugal, afirmou ao jornal americano Wall Street Journal que não tem acesso a dinheiro público.
“Não sou
financiada por qualquer dinheiro do Estado ou quaisquer fundos públicos”, disse
Isabel dos Santos, numa frase que é quase igual à que foi usada recentemente
por uma das suas empresas, a Winterfell, cuja compra de dois terços da
portuguesa Efacec, por cerca de 200 milhões de euros, suscitou dúvidas às
autoridades de Bruxelas.
A Winterfell
comprou em Outubro do ano passado, aos grupos José de Mello e Têxtil Manuel
Gonçalves, 66% da Efacec, uma empresa de equipamento eléctrico que actua em
sectores como a energia e os transportes. No início deste mês, a comissária
europeia com a pasta da Justiça, Vera Jourova, informou os eurodeputados que
tinha questionado Portugal sobre o negócio, ao abrigo da legislação europeia
sobre branqueamento de capitais. Num comunicado posterior, a Winterfell veio
assegurar que “não foi financiada directa ou indirectamente pelo estado
angolano, ou recebeu de alguma forma fundos públicos angolanos”.
Ao Wall Street
Journal, Isabel dos Santos contou que usou poupanças para abrir um bar e que
mais tarde criou com um amigo uma empresa de camionagem para abastecer de
bebidas os negócios nocturnos de Luanda. “Sou tremendamente independente.
Sempre quis estar sozinha e não na sombra dos meus pais”, afirmou. A enorme
fortuna de Isabel dos Santos num país que tem níveis de pobreza elevados, bem
como a sua ligação ao regime político, é alvo frequente de críticas.
A empresária
reconheceu também o momento complicado que a petroeconomia angola atravessa. “A
situação económica é hoje difícil. Com os preços baixos do petróleo, estamos
sem dúvida a sentir um beliscão”.
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