Luanda - A leitura
da sentença dos 17 cidadãos, acusados de actos preparatórios de rebelião e
atentado contra o Presidente da República e de outros titulares de cargos
públicos, poderá ser feita na próxima segunda-feira (28), de acordo com o juiz
da causa, Januário Domingos.
Procuradora
Isabel Fançony quer condenação dos revús com ou sem provas
A data foi
decidida após a sessão desta segunda-feira, que se dedicou às alegações orais e
definição dos quesitos, durante uma sessão recheada de incidentes e trocas de
acusações entre o Ministério Público e os advogados de defesa.
Durante as
alegações orais desta segunda-feira, o Ministério Público pediu a condenação
dos arguidos em relação a acusação de actos preparatórios de rebelião, por
considerar como tendo sido provada, durante a fase de produção de provas, que
os mesmos praticaram tais actos.
Ainda em relação
aos arguidos, o Ministério Público solicitou que os mesmos fossem acusados de
associação de malfeitores, uma vez que todo o comportamento, durante o
processo, indicia este facto.
Em relação ao
crime de atentado contra o Presidente da República e outros titulares de cargos
públicos, o Ministério Público pediu a absolvição de todos os réus.
De modo
individual, pediu ainda a condenação do réu Luaty Beirão, também pelo crime de
falsificação de documento, relativo às autorizações de saída, enquanto que para
o réu Nito Alves, que também era acusado do crime de mudança ilegal do nome, o
Ministério Público pediu a absolvição do réu pelo facto de, por altura do
mesmo, este ser menor e dai estar na condição de inimputável.
Nas suas
alegações, a defesa foi unânime em pedir a absolvição dos réus por considerar
que durante as sessões de julgamento não se conseguiu provar que os mesmos
tivessem cometido tais crimes.
O advogado Walter
Tondela referiu que não existem nos autos quaisquer tipos de provas que
relacionam os réus com os crimes descritos, pois que a acusação, na sua visão,
possui inúmeras suposições de carácter abstractos.
Mostraram-se
ainda mais surpreendidos com a nova acusação de associação de malfeitores, mas
congratulou-se com o posicionamento do Ministério Público em retirar a acusação
de atentado contra o Presidente da República.
O posicionamento,
no mesmo sentido, foi referenciado pelo advogado Francisco Michel, que
discordou das alegações do Ministério Público e que estes só deveriam ser
punidos se os mesmos actos preparatórios apontassem, indubitavelmente, para o
cometimento de um crime.
“Não existiu
qualquer ilícito, dai que se quisesse fazer justiça os réus deveriam ser
absolvidos”, argumentou.
Nas
argumentações, também podem ser ouvidas dos réus o questionamento do flagrante
delito e outros aspectos do processo, como referiram os advogados Nzola Mbambi
e Luís Nascimento.
Fazem parte dos
arguidos, que começaram a ser julgados a 16 de Novembro de 2015, Afonso Mahenda
João Matias, Albano Evaristo Bingo Bingo, Henrique Luati da Silva Beirão,
Hitler Jessy Tchikonde, José Gomes Hata, Manuel Baptista Chivonde Nito Alves e
Nelson Dibango Mendes dos Santos.
Fazem igualmente
parte do grupo Sedrick de Carvalho, Benedito Jeremias Dali, Inocêncio António
de Brito, Domingos José João da Cruz, Arante Kivuvu Italiano Lopes, Fernando
António Tomás, Nuno Álvaro Dala, Osvaldo Sérgio Correia Caholo, Laurinda
Gouveia e Rosa Kusso Conde.
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