Manifestantes
contra prisão de activistas angolanos prometem continuar protestos.
Um tribunal de
Luanda condenou, por rebelião e associação criminosa, os 17 activistas angolanos
a penas entre dois anos e três meses e oito anos e seis meses de prisão efectiva.
Os cerca de cinco
dezenas de manifestantes que ontem se concentraram em Lisboa para
denunciar a condenação de 17 activistas angolanos prometeram não esmorecer o protesto.
"Temos de continuar a fazer o que temos feito até agora", apelou Pedro
Coquenão, músico e um dos organizadores das várias concentrações que têm pedido
"Liberdade, já!" para os "presos políticos em Angola".
O activista disse
que para os manifestantes "tudo indiciava que o desfecho fosse algo deste tipo",
reconhecendo que as tomadas de posição internacionais sobre o caso dos
activistas
detidos em JUN2015 não resultaram e que "tudo continua a acontecer em Angola como se
não houvesse pressão".
A "novidade"
da sentença é confirmar que, em Angola, "não há excepção à regra", resumiu Coquenão,
considerando que este é "o abrir de um outro" ciclo. "Agora está claro para todos
qual é a posição de toda a gente envolvida".
Pedro Coquenão
disse que manter o assunto na agenda depende, agora, "de nós e em nós estão os
media também. Os media não podem estar a reboque de dramas mais ou
menos insuflados
pelo acentuar de uma greve de fome aqui ou ali", criticou Coquenão,
apelando a que se investigue as relações que Angola tem com Europa, Estados Unidos e
"tudo o que sustenta" a sociedade portuguesa. "Ou então, não estamos aqui a
fazer nada, nem jornalistas, nem pessoas", sentenciou.
João Paulo
Batalha, da associação Transparência e Integridade, observou que o regime angolano
cumpriu "aquilo que toda a gente temia, mas esperava", num
"processo
absolutamente arbitrário" e numa "farsa judicial do princípio ao
fim".
"A justiça
em Angola está completamente corrompida e capturada" pelo poder e ontem deu "o
pior possível" dos sinais, confirmando estar "domesticada e
politizada"
e ser
"apenas um braço da vontade da cúpula do regime", denunciou.
Serena Mancini,
irmã de Luaty, disse que estava "à espera" deste desfecho, embora mantenha
"esperança nos recursos". "Mais do que nunca, Angola tem de
sentir a
pressão e as
consequências daquilo que está a fazer", apelou
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire